30/12/22
Midias Sociais
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Com a confirmação dos nomes que faltavam para completar o ministério do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o retrato do gabinete que assumirá o governo a partir de 1º de janeiro terá uma representação partidária maior do que os dois primeiros governos do petista. Ao todo, serão nove siglas que, juntas, representam 262 deputados (51%) na Câmara dos Deputados. No Senado Federal, as siglas correspondem a 45 senadores (55%), mas nem todos irão apoiar o governo.
Em comparação com os dois primeiros governos do presidente eleito, o PT terá o menor número de ministros na Esplanada, com dez, mas manterá postos-chave: o partido terá o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da Educação, Camilo Santana, e deve ocupar todos os cargos na chamada “cozinha do Planalto”, os ministérios que trabalham no Palácio do Planalto, espaço cobiçado pela proximidade diária com o presidente: Casa Civil, que será ocupada por Rui Costa, a Secretaria-Geral, com Marcio Macedo, e Comunicação Social, com Paulo Pimenta.
O levantamento do GLOBO levou em conta os ministros indicados pelo presidente eleito em 2003 e na reforma ministerial de 2007, após a reeleição. Proporcionalmente, o PT terá 30% dos ministérios neste ano. Nos outros dois governos, teve 58% em 2003 e 47% em 2006.
A finalização do desenho ministerial a três dias da posse refletiu também a vontade do presidente eleito em começar o mandato com uma base aliada bem desenhada no Congresso. Neste ano, serão nove partidos representados. Em 2006, foram sete e em 2002, seis. Como o governo eleito teve que trabalhar pela aprovação da “PEC da Transição”, já negociou espaços no governo com partidos de fora da sua coligação. O MDB terá três ministérios, incluindo a ex-presidenciável Simone Tebet.
O PSD terá três ministros: Carlos Fávaro, André de Paula e Alexandre Silveira. E o União Brasil terá, a princípio, dois nomes no primeiro escalão. Esse número pode aumentar para três em breve: Waldez Góes, escolhido para a Integração por indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP) , está filiado ao PDT, mas também pode migrar para o União Brasil.
Essa é uma diferença marcante em relação aos dois mandatos anteriores de Lula: no primeiro, praticamente todos os cargos foram indicados por partidos de esquerda — as exceções eram Anderson Adauto, ministro dos Transportes, do PL, partido do vice-presidente José Alencar, e Walfrido Mares Guia, então no PTB e que foi coordenador da campanha de Ciro Gomes em 2002. Na posse, o PT tinha 20 nomes no primeiro escalão.
Em 2007, na campanha à reeleição, o número já era menor, 16. Naquele governo, o presidente abriu espaço para outras siglas: na posse, o MDB tinha três ministros, mas também apoiou a nomeação de Silas Rondeau para o ministério de Minas e Energia. Oficialmente, o PP também não tinha um filiado no governo, mas apoiou o nome de Márcio Fortes para o Ministério das Cidades. A remodelação foi necessária após as dificuldades que o PT passou a ter em meio ao escândalo do Mensalão.
Idade
Apesar das mudanças, entretanto, a média de idade dos três mandatos será praticamente idêntica: em 2003, era de 54 anos. Em 2007, foi para 56. Neste ano, é de 55 anos.
O número total de ministérios também variou conforme os anos. A organização da Presidência da República geralmente é a primeira medida assinada pelo presidente na posse, criando ou eliminando ministérios. Apesar das mudanças, a formatação do grupo de transição reflete a divisão dos dois primeiros governos Lula. Houve mudanças de nomenclatura, mas o número total pouco variou ano a ano: em 2003, por exemplo, o petista tinha 30 ministérios, mas criou quatro secretarias especiais com status de ministério. Em 2007, Lula promoveu o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao status de ministro. Para o próximo governo, serão 37 ministérios.