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Empresário Alberto Ferreira da Costa (Foto: João Bosco) |
Alberto Ferreira da Costa, provedor do Real Hospital Português e fundador da construtora Rio Ave, faleceu neste domingo (20), aos 88 anos. O empresário português deixa a esposa, Maria do Carmo Ferreira de Castro e Costa, e os três filhos, Álvaro, Cláudia e Alberto Júnior.
Nascido em Portugal, em 1936, Alberto Ferreira da Costa emigrou para o Brasil aos 15 anos, em busca de uma vida melhor. Ele teve vários empregos até conseguir abrir o seu próprio negócio. Casou-se com Maria do Carmo Ferreira de Castro e Costa e teve três filhos: Álvaro, Cláudia e Alberto Júnior.
A partir de 1971, tornou-se sócio do Real Hospital Português de Beneficência e, em 1976, foi eleito mordomo, integrando a Junta Administrativa da Instituição. Desde 1992, ele ocupava o cargo máximo do hospital, o de provedor, tendo sido reeleito diversas vezes.
Homenagens
O Hospital Português prestou homenagem nas redes sociais. “Hoje, o Real Hospital Português se despede do seu grande líder, Alberto Ferreira da Costa, ou “Seu Alberto”, como todos se referem com carinho. Neste momento, lembramos com gratidão todos os ensinamentos que ele nos deixou. Ele foi não apenas o coração e a alma deste hospital por mais de três décadas, mas também um exemplo de humildade, dedicação e amor ao próximo”.
O velório teve início às 10h, no salão nobre do Hospital Português.
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Foto: Cortesia |
A construtora Rio Ave lamentou a morte do empresário, destacando suas qualidades e impacto no setor. “Empreendedor e visionário, o seu espírito arrojado e sua paixão pela construção civil foram fundamentais para a criação da Rio Ave.”
O texto também ressalta que a sua memória como guia para o futuro da empresa. “Seu Alberto deixa um legado de inspiração, entusiasmo, persistência e coragem, além de uma valiosa contribuição para o desenvolvimento harmonioso e sustentável da cidade que tanto amou. Sua memória continuará a nos guiar”.
Em homenagem a Alberto Ferreira da Costa, o Diario de Pernambuco enviou uma coroa de flores.
Raquel Lyra, governadora de Pernambuco:
“Recebi com pesar a notícia do falecimento de Alberto Ferreira da Costa, um português que adotou Pernambuco como sua casa e aqui comandou, como provedor da entidade, por mais de três décadas, um dos maiores complexos hospitalares do Brasil, o Real Hospital Português.
Seu Alberto deixa também um legado como empreendedor na área da construção civil contribuindo para o desenvolvimento do Recife.
Expresso aqui a minha solidariedade, neste momento de despedida, à sua esposa Maria do Carmo, aos filhos Alberto Júnior, Álvaro e Cláudia, demais familiares, inúmeros amigos, como também à comunidade portuguesa e a todos que fazem o Hospital Português e a Construtora Rio Ave.”
Priscila Krause, vice-governadora de Pernambuco:
“Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento do empreendedor e amigo português Alberto Ferreira da Costa, aos 88 anos, na manhã deste domingo, 20.
Como ele mesmo se definia, Alberto Ferreira da Costa foi um “homem de duas pátrias” por suas ligações à Vila do Conde, em Portugal, onde nasceu, e ao Recife, mas sem dúvida alguma foi aqui que ele construiu suas maiores obras.
O empreendedor que adotou Pernambuco como sua casa, teve uma importante atuação como provedor, por mais de 30 anos, do maior complexo hospitalar do Norte-Nordeste, o Real Hospital Português, e fundador da construtora Rio Ave, tornando-se uma das mais expressivas lideranças empresariais do nosso Estado.
Seu Alberto, como era carinhosamente chamado, deixa um legado inspirador, principalmente, pela sua atuação no desenvolvimento da saúde e da construção civil da nossa cidade.
Aos familiares, amigos e funcionários, meus sentimentos. Que Deus console e Nossa Senhora de Fátima conforte o coração de todos nesse momento de despedida.”
João Campos, prefeito do Recife:
“Recebemos com tristeza a notícia do falecimento de Alberto Ferreira da Costa, uma referência no setor empresarial e na saúde de Pernambuco. Como fundador da Rio Ave e provedor do Real Hospital Português, seu trabalho deixou um legado de desenvolvimento e cuidado com as pessoas.
Meus sentimentos à família, especialmente à sua esposa, Maria do Carmo, e aos filhos Álvaro, Cláudia e Alberto Júnior. Sua dedicação ao Recife e à saúde pública será sempre lembrada.”
Pedro Campos, deputado Federal:
“É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento do empresário e provedor do Real Hospital Português, Alberto Ferreira da Costa. Nossos sentimentos aos seus familiares, amigos e colaboradores. Que encontrem força neste momento de dor.”
Senador Fernando Dueire:
“Pernambuco perde um ícone e eu um amigo fraterno. Alberto Ferreira da Costa foi um dos portugueses mais brasileiros que conheci e convivi. Um homem brilhante em muitas disciplinas. O Real Hospital Português é um antes e um depois de suas reiteradas gestões administrativas. Na construção civil foi um revolucionário pela forma e padrão de qualidade de seus produtos. Construiu além de um nome, um símbolo de conduta e correção nas relações pessoais e comerciais. Meus sentimentos a D. Maria do Carmo, filhos e a toda sua família.”
Senadora Teresa Leitão:
“Lamento a triste notícia do falecimento de Alberto Ferreira da Costa, empresário e provedor do Real Hospital Português, que faleceu, neste domingo (20). Com carinho, registro, aqui, os meus sentimentos e me solidarizo com a família e amigos.”
Silvio Costa Filho, ministro dos Portos e Aeroportos e deputado federal:”Recebi com pesar a notícia do falecimento de Alberto Ferreira da Costa, provedor do Real Hospital Português e fundador da RioAve. Seu Alberto, como era conhecido, deixa um bonito legado de dedicação no cuidado com tantas vidas. Quero aqui me solidarizar com a família, colaboradores e todos que o admiravam.”
Padre Pedro Rubens, reitor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap):
“A Universidade Católica de Pernambuco lamenta profundamente o falecimento do provedor do Hospital Português, Alberto Ferreira da Costa, com quem sempre manteve importante interlocução e parceria. Como empresário e provedor, deixará um grande legado para Pernambuco, terra que escolheu para viver, sem nunca ter esquecido suas raízes portuguesas. Nossas orações e solidariedade a toda a família.”
Paulo Câmara, presidente do Banco do Nordeste:
“Alberto Ferreira da Costa dedicou sua vida a Pernambuco sem esquecer suas raízes portuguesas. Como provedor do Real Hospital Português por mais de 30 anos, tornou o complexo de saúde uma referência nacional. Registro meu pesar e me solidarizo com sua família e amigos.”
Rafael Simões, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), enviou condolências e reiterou a admiração pelo empresário em sua trajetória na construção civil. “Alberto Ferreira da Costa era mais do que um empresário de sucesso; ele era um cidadão comprometido com o futuro de Pernambuco e com o bem-estar coletivo. Sua atuação inspiradora, tanto no setor de saúde quanto no setor imobiliário, e seu envolvimento em causas sociais importantes, o tornaram uma figura admirada e respeitada por todos”.
O cenário ferroviário brasileiro está prestes a passar por uma transformação histórica.
A grande questão, no entanto, é como as concessionárias, que hoje controlam essas ferrovias, serão compensadas, e de onde virão os recursos para essa ambiciosa iniciativa.
Mais de 11 mil quilômetros de trilhos estão inoperantes, espalhados por várias regiões do Brasil, e isso coloca em risco o crescimento logístico do país.
De acordo com informações da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o governo já se prepara para iniciar a retomada gradual de 11,1 mil quilômetros de ferrovias que, hoje, estão abandonadas.
Atualmente, 36% de toda a malha ferroviária do país está inativa ou com pouquíssimo uso, um reflexo da má administração e do desinteresse das concessionárias ao longo dos anos.
Os atuais concessionários terão que devolver esses trechos à União e pagar indenizações que poderão render cerca de R$ 20 bilhões aos cofres públicos, recursos que serão reinvestidos no setor.
Ferrovias abandonadas estão nas mãos de gigantes do transporte
Esses trilhos inutilizados estão sob o controle de três grandes empresas que assumiram partes da antiga malha ferroviária nacional no final da década de 1990.
A concessionária Rumo detém o maior número de trechos inativos, com cerca de 4.900 quilômetros de ferrovias paralisadas.
Dentre esses, estão 3.400 quilômetros pertencentes à Rumo Malha Sul, 900 quilômetros à Rumo Malha Paulista, e mais 600 quilômetros à Rumo Malha Oeste.
Esse abandono não é um fenômeno isolado e afeta outras grandes empresas como a Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), que possui 3.000 quilômetros sem uso, e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela VLI Logística, com outros 3.000 quilômetros parados.
As concessionárias alegam que muitas dessas ferrovias não estavam em condições adequadas de operação no momento em que assumiram a concessão.
A Rumo, por exemplo, declarou que mantém diálogo constante com o governo para buscar soluções e devolução desses trechos inoperantes.
Por sua vez, a FCA informou que a devolução faz parte de um processo de renovação antecipada da concessão, e que cada trecho devolvido passa por uma análise técnica junto ao governo.
Indenizações podem gerar até R$ 20 bilhões para modernização
O impasse sobre a devolução dessas ferrovias abandonadas sempre girou em torno da indenização que as empresas devem pagar ao governo.
Segundo técnicos da ANTT, o cálculo das indenizações foi um dos maiores desafios enfrentados ao longo dos anos, já que as concessionárias argumentam que não receberam trechos modernizados.
No entanto, conforme auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), um valor de referência foi definido após anos de negociações, com base em um acordo para a devolução de trechos da Rumo.
Cada quilômetro de ferrovia inutilizada poderá gerar uma indenização de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, dependendo da complexidade do caso.
Esse valor é consideravelmente inferior ao custo de construção de uma nova ferrovia, que hoje oscila entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões por quilômetro.
Ou seja, para as concessionárias, essa indenização representa uma saída financeiramente mais viável do que o investimento necessário para revitalizar os trechos.
Ao todo, as indenizações podem alcançar a soma de R$ 20 bilhões, montante que será essencial para reinvestir no setor ferroviário brasileiro.
O impacto de trechos abandonados na logística do Brasil
O abandono de mais de um terço da malha ferroviária nacional tem gerado um efeito cascata no transporte de cargas, aumentando a dependência de rodovias e, por consequência, os custos logísticos.
Conforme dados da ANTT, trechos de baixíssima utilização também entram na conta do desperdício.
Mais da metade (57%) da malha ferroviária tem um tráfego diário inferior a dois trens (ida e volta), um número alarmante para um país que depende de transporte eficiente para o escoamento de grãos, minério e outros produtos.
Planos para modernizar e expandir o setor ferroviário
A retomada das ferrovias abandonadas não é apenas um processo de devolução e indenização. O governo federal, juntamente com a ANTT e o Ministério dos Transportes, está desenvolvendo um plano para modernizar o setor.
Isso inclui novas concessões, modernização dos trechos devolvidos e investimentos em tecnologias que tornem o transporte ferroviário mais eficiente e sustentável.
Segundo Davi Barreto, diretor-presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o setor vê essa situação como uma oportunidade única para expandir o modal ferroviário no país.
A expectativa é que, com a injeção de R$ 20 bilhões oriundos das indenizações, o Brasil consiga aumentar a eficiência de sua malha ferroviária e reduzir sua dependência das rodovias, o que traria enormes benefícios econômicos e ambientais.
Barreto ressalta que o setor ferroviário pode ganhar força caso os recursos sejam aplicados de maneira eficaz em investimentos que modernizem a malha ferroviária.
Desafios e próximos passos
Até o início de novembro de 2024, a área técnica da ANTT deverá concluir um relatório detalhado sobre como será realizada a devolução dos trechos abandonados.
O processo já passou por audiências públicas e discussões com técnicos do governo, empresas concessionárias e especialistas no setor.
Os detalhes sobre como cada trecho será precificado e devolvido devem ser divulgados em breve, acompanhados de um cronograma para a modernização das ferrovias que voltarem ao controle da União.
Com essa iniciativa, o governo federal dá um passo importante na busca por uma malha ferroviária mais eficiente, essencial para impulsionar o desenvolvimento logístico do Brasil.
A grande questão agora é: será que esse esforço conseguirá modernizar o setor ferroviário a tempo de atender às demandas de um Brasil cada vez mais industrializado e globalizado?