16/06/21
Por William Tavares/Folhape
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Milton Bivar, agora ex-presidente do Sport, e Carlos Frederico, então vice, oficializara nesta terça (15) a renúncia aos cargos máximos do Executivo do clube. Com isso, a dupla deixa a gestão leonina em menos de três meses após vencer o pleito presidencial, realizado em abril deste ano. Com a decisão, o Conselho Deliberativo já comunicou que fará uma reunião extraordinária nesta quarta (16), às 19h, para definir como será feita a seleção do próximo mandatário leonino – há possibilidade de a votação ser indireta, com presença apenas dos conselheiros e sem participação dos sócios.
Com a saída do presidente e do vice, seguindo o artigo 88 do estatuto do clube, o Sport precisaria convocar uma eleição indireta apenas com votos de membros do CD. Opção que desagrada boa parte da torcida e os candidatos derrotados nas eleição passada.
Há ainda mais um ponto de divergência. De acordo com o estatuto do clube, se uma renúncia acontece antes da metade do mandato, o novo chefe do Executivo eleito pelo CD ficaria apenas de forma interina, precisando convocar, após 15 dias, eleições diretas. Algo que se encaixa na situação de Bivar, que assumiu em abril, ficando menos de três meses.
Porém, em entrevista ao site NE45, o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Gustavo Oiticica, indicou que o presidente escolhido pelos conselheiros deve permanecer até o final de 2022.
No pleito de abril, Bivar ganhou de forma apertada do segundo colocado, Nelo Campos, com diferença de apenas 38 votos – a vitória com a menor margem de diferença na história do Leão. A eleição, que deveria ocorrer em 18 dezembro, só foi realizada no dia 9 de abril após sofrer adiamentos. Torcedores e candidatos da oposição chegaram a pedir que o novo chefe do Executivo fosse conhecido de forma remota, a fim de acelerar o processo eleitoral, o que foi descartado pela atual gestão.
Um dos candidatos derrotados na eleição, Eduardo Carvalho disparou contra a suposta tentativa de manobra por parte da atual gestão. “É um repeteco ou uma continuidade do golpe que foi perpetrado em novembro. Se você analisar os fatos, eles são iguais. Por que a demora para anunciar a renúncia? É porque eles não têm candidato”, disse o então postulante em referência à condução do último processo eleitoral e ao primeiro pedido de licença de Milton Bivar, em novembro de 2020, quando se afastou do cargo em momento complicado do time na Série A. Meses depois, com o Leão já livre da degola, o dirigente voltou à cena e anunciou sua candidatura à reeleição.
Em nota, a chapa Sport na Raça, que na última eleição foi encabeçada por Nelo Campos, disse que espera “bom senso dos conselheiros para que o estatuto seja fielmente observado, marcando-se as eleições diretas para escolha de novo Presidente”. “Qualquer coisa fora disto será um golpe ao direito dos sócios e uma mancha na história do Sport”. Já Delmiro Gouveia, outro candidato derrotado na eleição, também foi procurado pela reportagem, mas ainda não se pronunciou sobre as renúncias.
Em meio ao imbróglio, um grupo de torcedores do Sport programou para esta quarta (16) um protesto em frente à sede do clube, às 14h. Os rubro-negros são contra a decisão de realizar decisões indiretas para escolher o novo presidente.