Zé de Pifânia ,  um exemplo de trabalhador   rural  em  Salgueiro, morre aos 86 anos

22/12/22
blogfolhadosertao.com.br

SALGUEIRO- Aquele grande homem-  de pequena estatura física,  batizado com o nome de José Manoel da Silva  (foto) -e chamado por toda vida de Zé de  Pifânia,   nunca soube o que eram férias nem aposentadoria (só descansava nos finais de semana), fechou os olhos para sempre na madrugada de ontem ( de 20 de dezembro) ,  em sua casa, ao lado da esposa Maria (Mariinha)  na comunidade  do Sítio Feijão, também chamado de KM16, em Salgueiro.  Com  origem em uma  família de trabalhadores rurais,  “Tio Zé” (assim chamado  carinhosamente por seus parentes)  morreu aos 86 anos e está sendo  sepultado na manhã de hoje ( 22 )  no cemitério  da comunidade, no Sítio Feijão.

Zé de Pifânia   e sua esposa Mariinha  são   um bom  exemplo para seus familiares e amigos: “trates bem, não cates a quem’  e sempre recebam a todos que procurarem sua residência, cujo bom  acolhimento sempre foi  comentado pela maioria  da comunidade da região distante 16 quilômetros da cidade de Salgueiro.
O já saudoso Zé de Pifânia nasceu, viveu e morreu valorizando o trabalho. Era  respeitado como um agricultor que sempre estive disposto  para colaborar com vizinhos, parentes e amigos, tendo criado 14 filhos sem nunca ter sido funcionário público. Enfrentou muitas secas, mas nunca foi embora para  São Paulo.
Quando jovem, e ainda solteiro, tio Zé  trabalhava na   enxada, na foice plantando roça, colhendo , fazendo barreiros e cercas  (no alugado ), mas  se uniu ao amigo Zeca Targino (falecido) e passou uma boa temporada  numa usina de beneficiamento de caroá, localizada nas terras do Sítio Formiga e arredores,  no  tempo em que pequenas e médias empresas também produziam fibras de agave   que, a exemplo do caroá,   tinha um bom mercado no Sul do Pais.
Mas o peso da idade e com a saúde debilitada, mesmo resistindo à covid-19,  o trabalhador Zé de  Pifânia – um grande cristão,  foi chamado por Deus,   deixando seus entes queridos enlutados, entre eles, a viúva Mariinha, filhos, netos e bisnetos.

ZÉ DE PIFÂNIA, um desbravador ecológico rural!

16/02/2017

Por Machado Freire

 

Dia 7 de maio próximo, o cidadão José Manoel da Silva, tratado por seus familiares e amigos que moram no Sítio Feijão – Km 16, em Salgueiro, por Zé de Pifânia (sua mãe chamava-se Epifânia e tinha o apelido de Pifânia), vai comemorar seus bem vividos 80 anos de idade.

“Não vou fazer festa e nem uma reza porque nesses últimos dias tenho enfrentado muitos problemas de saúde”, conta o agricultor alegre e ao mesmo tempo impaciente, porque não pôde aproveitar o inverno (que até surpreende) e ir à sua roça “para dar um trato” no milho e feijão que já estão “canivetando’.

Por trás desse homem simples, pai de 14 filhos, nascido e criado na roça, existe uma página muito importante para a comunidade que mora nos sítios da região num raio de mais de 10 quilômetros, como Solta, Formiga, Milagres, Boa Esperança e arredores.

Faz mais de vinte anos que Zé de Pífânia realiza um trabalho voluntário na coleta de vidro, ferro velho, garrafas pet, restos de móveis, etc, em uma carroça puxada pelo burro branco apelidado de Asa Branca.

A palavra “reciclagem” ainda não era conhecida, por exemplo, na comunidade do Coqueiro quando Zé de Pifânia já recolhia esse material até então imprestável, chamado de lixo e que algumas pessoas ainda não assimilaram a importância da retirada desse “incômodo”, de sua casa e que muitas vezes é jogado de forma equivocada no terreiro, contribuindo para poluir o meio ambiente.

É verdade que o trabalho duro e muitas vezes incompreendido “rende um trocado” para o agricultor que merece o reconhecimento do poder público do município que sempre fez pouco caso da causa da ecologia e da defesa do meio ambiente.

Entendemos que é muito lucrativo para todos, do ponto de vista da saúde e na questão ambiental e ecológica esse trabalho difícil e arriscado para um homem de 80 anos que sai de casa cedo e volta somente depois do meio dia, deixando sua esposa, Maria, preocupada com sua saúde.

Mas o desbravador ecológico rural José de Pifânia está doido para ficar bom e retornar à sua lida em defesa do meio ambiente, de forma praticamente voluntária, pois o lucro fica para quem se livra do lixo reciclável no interior e no terreiro de sua casa, naquela ribeira.

A natureza agradece. Viva Zé de Pifânia!

Matéria publicada  simultâneamente  no Jornal Folha do Sertão e no Blog Alvinho Patriota,  em  16 de abril de 2017

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