2912/22
Por JC
blogfolhadosertao.com.br
As falas de Bolsonaro foram feitas durante uma live em outubro de 2021, quando relacionou a vacinação contra a covid-19 à infecção pelo vírus HIV.
A Polícia Federal (PF) concluiu o relatório do inquérito sobre a divulgação de fake news pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia da covid-19.
Segundo a PF, apesar de ver crime, Bolsonaro não foi indiciado por conta do foro privilegiado que tem por ainda ser presidente da República. A conclusão do inquérito foi feita ontem (27).
A PF pediu o indiciamento de Bolsonaro em agosto deste ano por incitação ao crime ao associar a vacina contra a covid-19 à AIDS.
Na época, a delegada responsável pelo caso, Lorena Lima, classificou como “desastre ou perigo inexistente” as declarações de Bolsonaro.
Em live na quinta-feira (21), o presidente afirmou que pessoas que tomaram duas doses da vacina contra covid-19, no Reino Unido, estão desenvolvendo aids – REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Sem prova algunma, Bolsonaro disse que “relatórios oficiais do governo do Reino Unido suffgerem que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a imunodeficiência arquirida muito mais rápido que o previsto”.
No início de dezembro, a Polícia Federal intimou Bolsonaro mas ele permaneceu em silêncio durante depoimento, direito garantido pela Constituição. As falas de Bolsonaro foram feitas por Mauro Cid, um assistente de Bolsonaro.
“Não se tratou de uma mera opinião, conforme defendido por Mauro Cid, mas sim de uma opinião de um chefe de Estado, propagada com base em manipulação falsa de publicações existentes nas redes sociais, opinião essa, que por ter a convicção de que atingiria um número expressivo de expectadores, intencionalmente, potencialmente promoveu alarma”, informou a delegada Lorena Lima no relatório final.
Conforme divulgado pela coluna de Saúde e Bem Estar, do JC, a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) enviou uma nota esclarecendo que não há relação entre a vacinação da covid-19 e a AIDS:
Confira a nota de esclarecimento da SBI
O Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia vem a público esclarecer que:
- Não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a covid-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida;
- Pessoas que vivem com HIV/aids devem ser completamente vacinados para covid-19. Destacamos inclusive a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias;
- Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente.