25/06/21
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Em convenção nacional realizada ontem (24), em Brasília, o partido Patriota aprovou por unanimidade o imediato afastamento do presidente da legenda Adilson Barroso, pelo prazo de 90 dias. Ele será julgado pelo conselho de ética por práticas que seriam autoritárias e contrárias ao estatuto partidário com o objetivo de acolher o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores na legenda.
“Toda ação motiva uma reação”, afirmou à coluna o vice-presidente do Patriota, Ovasco Rsende, que agora assume o comando. Resende não quis antecipar se o afastamento de Barroso será definitivo. “Depende da defesa dele e do parecer do conselho”, comentou.
A principal acusação contra o presidente do partido é que ele negociou individualmente o ingresso do presidente Bolsonaro na agremiação sem explicar aos demais integrantes as condições em que isso se daria.
“Não somos contrários à vinda de Bolsonaro, podemos discutir esse assunto, mas pedimos que o conselho político do partido tivesse conhecimento de como se daria essa vinda”, explica o secretário-geral do Patriota, Jorcelino Braga. “Ele nunca colocou isso para nós e a família Bolsonaro nunca conversou conosco”.
O receio de parte dos integrantes da legenda é que Bolsonaro repetisse no Patriota o que fez no PSL, onde passou a dominar completamente. “O que ouvimos falar é que Adílson entregou o controle do partido e com isso nós não concordamos”, explica Braga.
O afastamento de Barroso da presidência complica ainda mais os planos eleitorais de Bolsonaro, que pretende ter o Patriota como legenda para abrigar seus correligionários nas próximas eleições.
O senador Flávio Bolsonaro, que já se filiou ao partido, lamentou a decisão em uma nota: “Infelizmente, uma ala minoritária do Patriota não entendeu a magnitude da chegada de um Presidente da República ao partido. Convenção ilegal convocada por eles, sem previsão no estatuto e que é um verdadeiro tiro na cabeça deles mesmos. Fui para o Patriota antes de todo mundo para arrumar a casa e é o que vamos fazer”.