Plenário debate ação da Polícia Militar em manifestações no Recife

04/06/21

Ascom Alepe/blogfolhadosertao.com.br

Deputada Jô Cavalcanti

A ação da Polícia Militar durante as manifestações realizadas no Recife, no último sábado, foi alvo de críticas feitas durante a Reunião Plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco, nesta quinta. A deputada Cavalcanti (foto)  do mandato coletivo Juntas, do PSOL, afirmou que os manifestantes caminharam de forma pacífica e ordeira, o que não justifica a violência com que foram tratados. Na ocasião, o protesto tinha como lema “vacina no braço e comida no prato”, além de pedir a saída do presidente Jair Bolsonaro.

A parlamentar se solidarizou com as pessoas feridas no ato e pediu esclarecimentos. “Diante disso expressar nossa demanda para que se garanta uma investigação célere e transparente de todos os fatos ocorridos. Que seja assegurada a devida responsabilização daqueles que ordenaram a operação, quanto aos que executaram. Numa democracia não cabem atos desta natureza.”

Na mesma linha, o deputado Doriel Barros, do PT, repudiou a ação dos policiais, afirmando que a PM não pode agir por motivações políticas, reprimindo manifestações somente de um determinado grupo. Já Alberto Feitosa, do PSC, defendeu os soldados que atuaram na dispersão do ato, afirmando que eles estavam seguindo ordens superiores. Ele acrescentou que existe um decreto governamental que impede a aglomeração de pessoas para evitar o contágio pela Covid-19.

“O soldado não se arma com balas de borracha sem ter uma ordem de serviço, sem ter uma autorização do comandante do Batalhão de Choque e do Comandante Geral. Lógico que o governador do Estado é autoridade máxima e é lógico que ele sabia disso e a ordem veio dele sim, direta ou indiretamente.”

O parlamentar propôs a criação de uma Comissão Especial na Alepe para analisar os fatos. A deputada Teresa Leitão, do PT, sugeriu uma visita de representantes do Poder Legislativo ao governador Paulo Câmara.  Ela disse ser muito preocupante a existência de poderes paralelos dentro da Polícia Militar. “É notório e muito perigoso um movimento insurgente de setores das Polícias Militar de todo o País, ultrapassando as barreiras de um histórico e às vezes até salutar de corporativismo. Como o governador é o chefe maior de Estado, ele precisa estar alertado para isso.”

A mesma opinião foi compartilhada pelo deputado João Paulo, do PCdoB, que lamentou as recentes distorções do papel da corporação. Ele citou casos como o violento despejo dos ocupantes do Acampamento Bondade, em Amaraji, na Mata Sul; e a repressão ao ato dos enfermeiros em fevereiro do ano passado.

O deputado José Queiroz, do PDT, lamentou os altos índices de morte por Covid-19. Ele lembrou as ofertas recebidas pelo Brasil anteriormente para a compra de vacinas, o que poderia ter evitado os óbitos. “Se tivesse havido comando, se nós tivéssemos partido na frente como país civilizado, se houvesse uma sintonia do presidente da República com a ciência, hoje nós estaríamos comemorando atividades econômicas, desportivas e culturais sem apelos.”

A deputada Laura Gomes, do PSB, registrou as discussões da CPI instalada no Congresso Nacional, ressaltando as falas contrárias ao tratamento precoce e em defesa da vacinação em massa. Ela também lamentou a falta de apoio ao setor cultural e aos artistas de Caruaru, no Agreste, por parte da prefeitura.

A realização da Copa América no Brasil foi criticada pelo deputado João Paulo Costa, do Avante. Ele afirmou que o momento é de vacinar a população, para depois realizar eventos esportivos. O parlamentar considerou acertada a decisão de Paulo Câmara de não sediar jogos em Pernambuco.

As dificuldades econômicas enfrentadas no Estado preocupam o deputado Delegado Erick Lessa, do PP. Ele citou problemas como o desemprego, a falta de competitividade e o déficit da balança comercial. Para reverter o quadro, o parlamentar defendeu a redução da carga tributária, o diálogo com os setores produtivos e a interiorização dos investimentos.

A política do Governo Federal para o meio ambiente recebeu críticas de Jô Cavalcanti e João Paulo. Eles se pronunciaram contrários ao desmonte das ações de combate ao desmatamento no Brasil e defenderam a preservação das florestas, sobretudo da Amazônia.

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