19/04/22
Trata-se de uma fêmea adulta que foi encontrada machucada em fevereiro, passou dois meses em processo de reabilitação no Parque Dois Irmãos e agora está apta para voltar ao ambiente natural
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Hoje , terça-feira (19/04), por volta das 16h, uma coandu-mirim (Coendou speratus) será reintroduzida na natureza, após passar dois meses em processo de reabilitação no Parque Dois Irmãos. A fêmea, adulta, foi encontrada no dia 12 de fevereiro no entorno do PEDI, machucada, com uma laceração grave em um dos membros. Recebeu atendimento adequado, passou por cirurgia de reconstrução, permaneceu no hospital veterinário do PEDI sob cuidados intensivos e apresentou uma melhora significativa no quadro, sendo transferida para um recinto de readaptação. Após avaliação do corpo veterinário, a coandu-mirim recebeu alta e está apta a voltar para o ambiente natural. Será reintroduzida na mata do PEDI.
A equipe do PEDI comemorou bastante a recuperação da coandu-mirim, que é uma espécie ameaçada de extinção descoberta em 2013. “A sensação é de dever cumprido e de estar ajudando a manter a função ecológica de uma espécie, que neste caso, ainda é ameaçada de extinção”, destacou o médico veterinário do PEDI, Marcio Silva. Além da cirurgia de reconstrução, o tratamento com antibióticos, anti-inflamatórios, óleo ozonizado e enriquecimentos ambientais foram fundamentais para o sucesso da recuperação do animal.
Coendou speratus é uma espécie de porco-espinho, endêmica do Brasil, que pode ser encontrada na região Nordeste nas Florestas Costeiras de Pernambuco e ao norte do rio São Francisco, nos estados de Alagoas e Pernambuco. Coberto com espinhos castanho-escuros com a ponta avermelhada, é conhecido pelos moradores da região como “coandu-mirim”. Alimenta-se de sementes e tem hábitos noturnos. Possui um nariz pontudo e uma cauda longa e flexível que ajuda na locomoção entre as árvores, mas o animal não consegue saltar entre elas. O porco-espinho é forçado a escalar para subir ou descer de árvores quando os galhos não estão próximos uns dos outros. A espécie encontra-se ameaçada de extinção em virtude da fragmentação do habitat e da caça predatória por habitantes locais. O termo “speratus” remete à palavra em latim para “esperança”, e foi escolhido devido à esperança pelo futuro da espécie.