Mentiroso: Bolsonaro se atrapalha e diz que “temos um chefe do Executivo que mente”

28/04/22
Com informações da Estadão Conteúdo
blogfolhadosertao.com.br
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se atrapalhou com as palavras em discurso a deputados apoiadores
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REPRODUÇÃO DE VÍDEO
Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto batizado de Ato Cívico pela Liberdade de Expressão – Foto: Reprodução de vídeo

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), se atrapalhou com as palavras em discurso a deputados apoiadores, nesta quarta-feira (27), e disse que “temos um chefe do Executivo que mente”. A intenção dele, em um evento no Planalto batizado de Ato Cívico pela Liberdade de Expressão, era criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Para as Forças Armadas, se um militar mente, acabou a carreira dele. O cabo não sai sargento, o subtenente não sai tenente, o coronel não sai general. Não tem prescrição para isso. E temos um chefe do Executivo que mente”, disse Bolsonaro.

Na esteira de seus reiterados ataques ao Supremo, o presidente  afirmou que a Corte interferiu no Congresso durante a votação da proposta do voto impresso, derrotada no Legislativo. “Alguns do STF estão mandando e desmandando no Brasil”, declarou.

Bolsonaro também voltou a dizer que “é preciso ter maneira para a gente confiar nas eleições”. “Não pensa que uma possível suspeição de eleição vai ser apenas para voto a presidente”, afirmou, mais uma vez colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral. “Normalmente, é o chefe do Executivo que trabalha para fraudar eleições”, declarou, tentando sinalizar que apenas desejaria transparência.

O presidente também lembrou que uma consultoria contratada pelo PSDB nas eleições de 2014 teria dito que a urna brasileira é inauditável. O então candidato derrotado do partido, Aécio Neves, também questionou o resultado das eleições, em que perdeu para Dilma Rousseff (PT).

De acordo com o chefe do Executivo, as eleições de 2020 não poderiam ter ocorrido sem a conclusão de um inquérito que apurou suposta invasão a servidores do TSE em 2018. “Queríamos que o inquérito aberto em novembro de 2018 tivesse seu deslinde, queremos seu parecer, ministro Barroso”, provocou Bolsonaro, segundo quem os problemas no Judiciário serão resolvidos “com o tempo”, mediante a nomeação de outros magistrados.

O presidente ainda defendeu o perdão concedido por Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), em decreto publicado menos de 24 horas após o STF condenar o parlamentar a 8 anos e 9 meses de cadeia por ataques à democracia e às instituições.

O mandatário também reiterou que o perdão será cumprido, mas reconheceu que foi alertado de que a medida traria desgastes com o Supremo. “Se coloquem no lugar do deputado Daniel Silveira”, pediu o chefe do Executivo, dizendo que parlamentares têm “liberdade máxima”. Em seguida, lembrou que respondeu processos na Câmara por suas declarações enquanto deputado federal.

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