16/08/21
AscomAlepe
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Em comemoração ao Agosto Lilás, que marca o mês de enfrentamento à violência doméstica e familiar, a Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa debateu, nesta segunda, a importância da criação da Lei Maria da Penha. A secretária estadual da Mulher, Ana Elisa Sobreira, já foi titular de delegacias especializadas e estima que a entrada em vigor da norma aumentou em 50% o número de boletins de ocorrências registrados.
“Quem não milita nessa área encontra dificuldade de entender porque a gente comemora o aumento de BO, e aí que a gente sempre fala que com o aumento de BO mais mulheres estão rompendo o ciclo, significa que mais mulheres estão procurando sair dessa violência”.
Ana Elisa também lamentou o crescimento dos casos de violência doméstica durante a pandemia e os crimes contra mulheres trans em Pernambuco. Fortalecer as redes de apoio femininas e combater a cultura do machismo foram os caminhos apontados para mudar o cenário. Presidente do Colegiado da Mulher, a deputada Delegada Gleide Ângelo, do PSB, informou que vai encaminhar ofício ao secretário de Defesa Social pedindo a instalação de delegacias especializadas no interior do Estado, ou ao menos de locais separados dentro das delegacias existentes.
“Não adianta a gente estar aqui dizendo para as mulheres denunciarem, se as mulheres não se sentem acolhidas, se as mulheres não se sentem protegidas de chegar numa delegacia e botar na permanência misturada com um ladrão que foi preso, com um homicida que acabou de matar, e a mulher perdida ali no meio para dizer que foi estuprada. Isso não tem como, não tem como. Ela precisa de um lugar reservado, separado, porque é uma violência diferente”.
A Comissão da Mulher ainda realizou reunião ordinária nesta segunda. Foram aprovados projetos de lei como o que cria o cadastro de doula voluntária para assistência ao parto nas unidades de saúde e a proposta que estimula políticas públicas de economia popular solidária voltadas para empreendimentos chefiados por mulheres.