23/04/21
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Áreas de mangue de Maracaípe, no Litoral Sul de Pernambuco estão desaparecendo com a construção de casas. O problema foi relatado à Comissão de Meio Ambiente, nesta quinta, por voluntários do Movimento Salve Maracaípe, voltado para a conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável. Conforme o oceanógrafo Daniel Brandt Galvão, que coordena o movimento, a ocupação desordenada é uma ameaça à sobrevivência do Rio Maracaípe.
“Diariamente tem casas subindo na área de mangue, e já tem alguns braços de rio que estão sendo enforcados. Isso pode gerar uma catástrofe ambiental aqui no litoral sul de Pernambuco, que é a mortalidade do Rio Maracaípe, um rio que atende outras dezenas de famílias, que faz trabalho com ecoturismo, como o pessoal dos jangadeiros”.
A criação de Unidades de Conservação nas áreas ainda preservadas e o fortalecimento das instituições, inclusive com instalação no local de unidades avançadas da CPRH, agência ambiental do estado, e da Cipoma, companhia da Polícia Militar que trata do meio ambiente, foram algumas das sugestões propostas. Ainda segundo Daniel Galvão, construções irregulares de casas, condomínios e hotéis provocam o que popularmente se chama de avanço do mar, mas na realidade a destruição das restingas é responsável pelo fenômeno.
Na avaliação do grupo, a solução passa pelo cumprimento das leis que já protegem o ecossistema, recuo das edificações e recuperação das áreas degradadas, ações que podem, inclusive, fomentar o turismo. Além disso, podem frear os incêndios registrados em toda a região de Porto de Galinhas.
Presidente da Comissão de Meio Ambiente, o deputado Wanderson Florêncio, do PSC, acredita que é possível conciliar preservação e turismo. “A gente entende que nós temos que ter o turismo funcionando, nós temos que ter os investimentos acontecendo, mas mais do que tudo qual é o grande produto que nós temos, em especial, por ali, Porto de Galinhas, Muro Alto, Maracaípe? É a natureza. Se você perde a rusticidade daquele local, a beleza que nós temos, se isso se perde, vira uma praia urbana comum como qualquer outra”.
O Colegiado de Meio Ambiente acatou sugestão do deputado João Paulo, do PC do B, de realizar audiência pública para tratar do tema, com participação de representantes da Prefeitura de Ipojuca, Câmara de Vereadores, CPRH e do Ministério Público.
Ainda nesta quinta, os parlamentares aprovaram outras duas audiências públicas: uma para discutir o traçado do Arco Metropolitano, obra que pretende melhorar o trânsito no Grande Recife, e outra sobre o Rio Fragoso, solicitada pela deputada Teresa Leitão, do PT. Também deram parecer favorável a projeto de lei que proíbe a realização de tatuagem para fins estéticos em animais. A matéria é um substitutivo da Comissão de Justiça à proposta do deputado Romero Albuquerque, do PP.