26/08/21
ImprensaPE
blogfolhadosertao.com.br
Objetivo é ampliar a resposta imune do organismo no público considerado mais suscetível à doença
Comissão do Estado e Municípios discute reforço do imunizante
A Comissão Intergestores Bipartite (CIB-PE), espaço de pactuação que reúne Estado e os municípios pernambucanos, discutiu, na manhã desta quinta-feira (26.08), a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para as pessoas com imunossupressão e de idosos a partir dos 70 anos. O assunto também foi tema, nesta manhã, do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19. O debate aconteceu com base nas informações repassadas pelo Ministério da Saúde (MS). Como o informe técnico, com os dados oficiais, chegou apenas após a reunião, a pactuação ocorrerá em um novo encontro.
Segundo o órgão federal, os indivíduos imunossuprimidos deverão fazer o reforço vacinal a partir do 28º dia após a segunda dose. Já os idosos devem fazer seis meses após a segunda. A expectativa do MS é que a estratégia comece a partir de 15 de setembro. Essa imunização deve ser feita, prioritariamente, com o imunizante da Pfizer. De maneira alternativa, também pode ser usada a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca. O secretário estadual de Saúde, André Longo, frisou que o Ministério da Saúde enviará insumos específicos para essa estratégia e que a ação é paralela à vacinação de primeira e segunda doses.
O objetivo dessa dose de reforço é ampliar a resposta imune do organismo no público considerado mais suscetível à doença, evitando a morbimortalidade. De acordo com o Ministério, a proteção dada pela vacina pode decair ao longo dos meses, sendo necessário ampliar essa resposta imune. O órgão federal ainda frisa que os imunodeprimidos normalmente apresentam resposta reduzida às diferentes vacinas disponíveis no calendário vacinal brasileiro, havendo, inclusive, esquemas de vacinação adaptados para esse público.
“Com o avanço da vacinação nos maiores de 18 anos e a inclusão dos adolescentes de 12 a 17 anos, estamos agora em um momento epidemiológico que é importante avançar em outras medidas para que a comunidade brasileira seja realmente imunizada e protegida de forma adequada. Foi observado que para os idosos acima de 70 anos e os imunocomprometidos graves, eles apresentam uma redução na proteção pós-vacina com o passar do tempo. Isso acontece independentemente da vacina administrada. Com o avançar da variante Delta no Brasil, há a preocupação de garantir que esses grupos mais vulneráveis recebam uma dose de reforço para complementar seu esquema vacinal”, disse o pediatra Eduardo Fonseca, representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) e membro do Comitê Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19. “Acreditamos que, com a continuidade do esquema em toda a população acima de 18 anos, garantindo a segunda dose para todos, garantindo a extensão dos adolescentes, essa outra orientação irá somar e, assim, será um caminho para controlar a pandemia”, reforçou.
A superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo, lembrou que, além desse reforço, ainda é preciso continuar chamando a atenção para a finalização dos esquemas com duas doses. “A gente está preocupado com essa dose de reforço, mas precisamos nos preocupar também com a segunda dose. Atualmente, são mais de 400 mil pessoas com a finalização do esquema vacinal em atraso, de acordo com sistema de informação do Ministério da Saúde. Os municípios precisam ficar atentos a isso, para que possamos chegar às metas estabelecidas em cada grupo prioritário e também na população em geral. Os gestores precisam fazer busca ativa, ir até onde as pessoas estão, para evitarmos bolsões suscetíveis à doença”, ratificou.
O Ministério da Saúde também informou que, a partir de setembro, reduzirá o intervalo entre a primeira e segunda dose das vacinas da Pfizer e Astrazeneca para a partir de oito semanas (60 dias), ao invés de 12 semanas (90 dias). O Estado já havia pactuado a possibilidade da segunda dose da Astrazeneca ser feita a partir de 60 dias a depender de estoque de dose 2 nos municípios.
Essas estratégias foram lançadas a partir da decisão conjunta entre Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 do MS e os Conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
DISTRIBUIÇÃO DE DOSES – Para equalizar o envio de primeiras doses das vacinas contra a Covid-19 para os municípios pernambucanos, assim como vem sendo feito pelo Governo Federal entre os Estados, o Programa Estadual de Imunização (PNI-PE) passará a distribuir as primeiras doses das vacinas contra a Covid-19 proporcionalmente ao quantitativo que falta para cada município. A iniciativa foi pactuada na CIB desta quinta.
Para isso, o Programa, com o auxílio da câmara técnica do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-PE), tomou como base o total de pessoas de 18 a 59 anos e de grupos prioritários, excluindo os idosos, de cada cidade e quanto cada uma falta receber de doses. A partir disso, verificou-se quanto a população que restava de cada município representa percentualmente no total de pessoas a serem vacinadas no Estado, para que as próximas entregas sejam realizadas a partir desse percentual. Se determinado município representa 1% da população do Estado que ainda falta receber a primeira dose, por exemplo, ele receberá esse percentual nas próximas entregas de dose 1, até zerar o quantitativo. Se outra cidade representa 12%, ela receberá esse percentual do total de dose recebida para primeira dose pelo Estado a partir de agora.
“Desde o início, nós estamos trabalhando para fazer a entrega das vacinas de forma equânime entre os municípios. Trabalhamos assim nos envios dos grupos prioritários e atuamos para corrigir, junto ao Ministério da Saúde, as estimativas populacionais dos adultos entre 18 e 59 anos. Agora, com essa nova forma de distribuição, vamos conseguir ser mais justos e pagaremos as doses aos municípios que tiveram atualização na estimativa populacional, permitindo que todos avancem de forma igualitária nesta campanha”, disse a superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo. A gestora lembra que as segundas doses serão distribuídas de acordo com o que já foi encaminhado de primeira dose.
Anteriormente, todos os municípios pernambucanos recebiam o mesmo percentual de vacinas nas entregas. Se a distribuição era de 10% das doses para determinado grupo, todas as cidades recebiam 10% daquela população do seu território. Finalizadas as entregas dos grupos prioritários da campanha, e feita a correção na base populacional dos adultos de 18 a 59 anos, começa-se a ser feito esse equilíbrio nas entregas, permitindo que todos alcancem a cobertura de 18 aos 59 anos em tempo similar.
Na análise das estimativas populacionais, também foi verificado que alguns municípios já teriam recebido doses a mais. Com isso, foi solicitado que todos analisem sua solicitação e oficializem ao PNI-PE e ao Cosems-PE, para que as doses possam ser redistribuídas entre os demais.
TESTAGEM – O secretário estadual de Saúde, André Longo, também reforçou a importância dos municípios, além de avançarem na vacinação, sem se esquecerem da conclusão dos esquemas vacinais, realizarem as ações dentro do programa Testa PE. Essa iniciativa oferta teste rápido de antígeno para detecção da Covid-19. O gestor lembrou que os testes já foram repassados às cidades e que o objetivo é que todas realizem testagem de pessoas sintomáticas e seus contactantes, além de também fazer exames em assintomáticos.
Longo destacou a necessidade da integração do sistema de saúde de cada território, com ação da Atenção Primária e da Estratégia de Saúde da Família incluídas nessa ação. “É fundamental a adesão de todos os secretários de Saúde ao Testa PE. Precisamos cumprir as metas de testagem que estão previstas no programa e que foi pactuado com o Cosems na CIB”, finalizou.