01/08/21
Por Jamildo Melo
blogfolhadosertao.com.br
O deputado conservador tem visto seu espólio eleitoral ser atacado por grupos mais radicais
O pastor (máscara preta) do PP em Brasília e em protesto por voto impresso – FOTO: PP/Divulgação
Menos de uma semana depois de o presidente Bolsonaro ter dito que não tinha provas para apontar fraudes nas eleições, o deputado estadual Cleiton Collins, do PP, aliado da Frente Popular em Pernambuco, de Paulo Câmara, aderiu a tese bolsonarista pelo voto impresso e foi até Brasília protestar a favor da mudança.
Neste domingo, diversas cidades realizaram manifestações neste sentido, organizadas por alas bolsonaristas mais radicais, atacando o processo eleitoral, com críticas ao TSE e STF, na figura do ministro Barroso.
No DF, o parlamentar estadual do PP gravou um vídeo para suas redes sociais, defendendo que seria importante ter o voto impresso. “Vamos orar pelo nosso Brasil”, diz.
Quase perda de mandato de Michele Collins pode ser motivo?
Entre 2016 e 2020, a representatividade da bancada evangélica na Câmara do Recife encolheu se levarmos em conta a quantidade de votos alcançados nos dois pleitos municipais.
Os número podem flutuar para mais ou para menos com a inserção ou exclusão de um ou outro parlamentar que momentaneamente tenha passado pelo grupo.Os mais de 80 mil votos em 2016 caíram para 66.341 em 2020, uma sangria de quase 20%.
Em 12 anos, 2020 marcou a primeira eleição em que o vereador mais votado da cidade não foi um evangélico.
Em 2008 e 2012, André Ferreira foi o candidato mais votado dos pleitos.
Em 2016, Michele Collins, da Assembleia de Deus Madureira, teve mais de 15 mil votos.
Em 2020, a parlamentar foi a candidata menos votada de seu partido, com 6.823 votos. Não ficou de fora da legislatura por pouco menos de 300 votos. Aline Mariano, do mesmo partido, somou 6.530.
O Recife trocou Michele Collins, evangélica que chegou a ser levada para Comissão de Ética por ter falado em “quebrar a maldição de Iemanjá”, por uma mulher negra e militante de esquerda, Dani Portela, do PSOL, que obteve 14.114 votos.
Terceiro mais bem votado em 2016, Fred Ferreira perdeu 5.870 votos e foi da 3ª para a 14ª colocação.
Também perdeu votos a professora Ana Lúcia, da Igreja Universal. Foram 1.637 a menos. Eduardo Marques perdeu 2.471 votos.
Ninguém sangrou mais que Aimée Carvalho (PSB). A parlamentar foi a segunda colocada em 2016. Terminou a eleição de 2020 com 3.763 votos. Mais de dez mil votos perdidos de um pleito para o outro.
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