12/08/21
AscomAlepe
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A conclusão de obras viárias e a garantia de abastecimento regular de água foram as demandas principais apresentadas pelo setor produtivo do Agreste Setentrional na quinta edição do projeto Fala Pernambuco, realizado nesta quarta. O evento, mediado pelo presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros, do PP, contou com a presença de representantes do Sebrae e líderes empresariais da região, que consolidaram uma lista de reivindicações e propostas a serem encaminhadas ao setor público.
A finalização da duplicação da BR-104, importante acesso ao Polo de Confecções, bem como a destinação de recursos para a duplicação da PE-50 e da PE-90, que ligam os municípios de Carpina, Limoeiro e Vitória de Santo Antão, além da estruturação do aeroporto de Caruaru, estiveram entre os itens mais lembrados como necessários para o desenvolvimento regional.
A representante do setor de comércio e serviços, Maria Lúcia do Nascimento, relatou como pequenos trechos de obras inacabadas representam graves gargalos a serem superados. “O fluxo de pessoas para a nossa região, para essa região toda do Polo, é muito grande e formam-se gargalos em razão de faltar essa complementariedade da duplicação. É um trecho pequeno, mas que faz toda diferença, que leva a um congestionamento em que se passa, no mínimo, uma hora preso nesse trecho”.
A falta d’água foi o outro ponto em comum nas demandas do setor produtivo do Agreste Setentrional. O representante da indústria, Josivam Ramos, afirmou que são poucas as indústrias que não dependem do acesso seguro à água, e apresentou o exemplo do que acontece em Santa Cruz do Capibaribe. “Aqui é um racionamento permanente. Na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, são 28 dias sem água e dois dias com água. (…) Sem falar que tem bairros da nossa cidade que faz anos que não chega água, é apenas abastecido por carro-pipa. Então aí a gente fica pensando na questão de outras indústrias, de novos investimentos para a nossa cidade, para a nossa região”.
Outras demandas específicas também foram mencionadas. Josivam Ramos solicitou a expansão da divulgação do Polo de Confecções a novos mercados ao nível nacional. O representante da Agropecuária, David Peebles, propôs uma reavaliação da arquitetura institucional do Estado, com atenção para a cobrança de serviços públicos não entregues aos produtores rurais. Ele ainda argumentou que é possível investir no reflorestamento de pequenas propriedades, com vistas à geração de créditos de carbono, nos marcos do Acordo de Paris sobre o combate às mudanças climáticas.
Já o representante do Turismo e Economia Criativa, Aluísio Silvino, apontou a falta de sinalização turística como um dos principais entraves apontados pelo setor e argumentou que os municípios não serão capazes de resolver a questão sem recursos estaduais. Ele solicitou a aprovação do projeto de lei que institui a política de Turismo Rural de Pernambuco e a articulação das políticas voltadas ao turismo, ao meio ambiente e à agroecologia.
Também participou do evento o prefeito de Toritama, Edilson Tavares, do MDB. O gestor valorizou a importância do Polo de Confecções na geração de quase meio milhão de empregos diretos e indiretos, com faturamento anual superior a 5 bilhões de reais por ano, e cobrou medidas viárias e hídricas, além da redução da carga tributária, para que o setor seja uma referência de nível nacional. “Eu gostaria muito que o nosso querido Estado de Pernambuco tivesse o melhor ambiente de negócios para o setor de confecção, que nós fôssemos, presidente, referência nacional. Que as pessoas, em qualquer lugar do Brasil, dissessem ‘olha, por que a gente não faz como Pernambuco?”.
O presidente da Alepe, Eriberto Medeiros, garantiu que as diversas demandas serão encaminhadas às autoridades competentes, em especial as relativas à infraestrutura viária e hídrica. O deputado ainda adiantou a intenção de que, ao final do ciclo de escutas do programa Fala Pernambuco, o conjunto de propostas seja entregue oficialmente ao Governo do Estado.