Na última segunda-feira (06), a Articulação no Semiárido de Pernambuco (ASA-PE) promoveu um seminário na cidade de Triunfo, no Sertão do Pajeú, para debater os “Impactos Climáticos na Produção da Agricultura Familiar do Semiárido”. Quatro pré-candidatos a deputado estadual, José Bertotti (PCdoB), Rosa Amorim (PT), Alexandre Pires (PSOL) e José Patriota (PSB) tiveram a oportunidade de debater as consequências trazidas pelas mudanças climáticas para a produção da agricultura familiar na região, e de responder aos questionamentos das lideranças socioambientais e agricultores presentes no encontro.
A ASA-PE é uma rede formada por organizações e movimentos sociais que atuam na promoção da Agroecologia e da Convivência com o Semiárido. Além de representantes das organizações e movimentos, também participaram do evento representantes do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), agricultores e agricultoras familiares.
José Bertotti, que é ex-secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, reforçou a importância dos programas de recuperação de nascentes para um melhor convívio dos moradores do bioma Caatinga com o semiárido. Bertotti aproveitou a ocasião para fazer um chamamento à luta ambiental coletiva, explicando a importância do desenvolvimento social aliado ao meio ambiente, e reforçando que nesses anos de governo Bolsonaro, os investimentos em programas ambientais têm caído significativamente. E citou como exemplo desse cenário a falta de recursos e o descaso do governo federal com o Programa Cisternas, que desde 2003 constrói reservatórios que captam a água da chuva e permitem que famílias sertanejas tenham acesso à água potável durante os períodos de seca.
Durante o evento, foi apresentada uma carta com a “Plataforma do Semiárido Pernambucano” que está sendo construída pelas entidades que compõem a Articulação no Semiárido de Pernambuco (ASA-PE). Todos os pré-candidatos se comprometeram com a construção do documento, e com a defesa das demandas das organizações para o planejamento e a efetivação de políticas públicas para o Semiárido.
“Foi um documento base, que todos nós concordamos. Eu afirmei meu compromisso em defender essas demandas, e ainda sugeri que fosse incluído na carta um item tratando de como as diretrizes propostas pela ASA-PE, além de ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, também contribuem para a adoção de um modelo de produção sustentável, baseado na agroecologia, no reflorestamento e na recuperação de nascentes”, sintetizou o ex-secretário José Bertotti, ao final do seminário.