Em resposta a FBC, Paulo Câmara diz que debate sobre Transnordestina deve ser tratado de maneira técnica

30/07/21
blogfolhadosertao.com.br
O governo Bolsonaro praticamente excluiu o ramal de Pernambuco da Ferrovia Trnasnordestina,  para viabilizar o ramal para o porto de Pecém (CE)
Nesta semana a ferrovia da Transnordestina voltou a ser destaque na agenda política. Isso porque o Ministro da Infraestrutura declarou que a ferrovia não deve mais ser concluída no Estado de Pernambuco, e sim apenas na parte do Ceará, no Porto de Pecém. Nesta quinta-feira (29), o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do governo Bolsonaro no senado, responsabilizou o governador Paulo Câmara pela situação. O governador Paulo Câmara respondeu afirmando que o caso deve ser tratado apenas de maneira técnica e não política.

“Vamos colocar isso com a mobilização de toda a sociedade pernambucana com toda certeza. É um valor que une Pernambuco, quem quiser politizar uma questão como essa não vai encontrar respaldo porque nós queremos resolver isso de maneira técnica como deve ser um empreendimento como esse”, disse Paulo Câmara.

O governador destacou ainda, a agenda realizada em conjunto com a bancada Pernambucana. “Estamos muito cientes do nosso dever, mobilizamos a bancada, a bancada vai ajudar Pernambuco, eu acho que esse é um tema que deve unir Pernambuco e não querer botar a culpa em A, B ou C, porque a gente vai mostrar de maneira muito técnica”, afirmou.

“Esse assunto envolve bilhões e bilhões de reais e a muito tempo precisa ser concluído. Então isso, nós vamos mostrar de maneira muito técnica, que finalizar o eixo até Suape é mais barato, é mais rápido porque falta poucos quilômetros para terminar. E, estruturalmente, até por questões geográficas, Pernambuco está muito mais pronto para iniciar esse processo da utilização da transnordestina a partir desses esforços que nós vamos fazer, e vamos colocar isso com a mobilização de toda a sociedade pernambucana com toda certeza”, continuou o governador.

Nesta semana, o o governador Paulo Câmara (PSB) e a bancada federal pernambucana de deputados e senadores estiveram reunidos para tratar do assunto da ferrovia. Dos três senadores, apenas o senador Fernando Bezerra Coelho não participou da reunião. As obras da Transnordestina tiveram início em 2006 e a construção já recebeu a soma de R$ 6,2 bilhões de reais até 2018. Até o momento, as obras seguem inacabadas.

Entenda

Na avaliação do senador Fernando Bezerra Coelho, a responsabilidade pela não conclusão das obras da Transnordestina não deve ser atribuída ao Governo Federal. “O fato concreto é que quem constrói uma ferrovia precisa ter acesso ao porto para poder exportar as cargas. Havia duas opções: Pecém ou Suape. A pergunta tem que ser dirigida ao governo de Pernambuco. Por que não se viabilizou o escoamento das cargas a partir do Porto de Suape? O porto, lá no Ceará, foi viabilizado. Pecém teve um entendimento com a concessionária, que, com isso, propôs ao governo federal não fazer o ramal de Pernambuco e fazer o ramal de Pecém, porque obteve os benefícios, os incentivos e o apoio para que pudesse escoar com o menor custo a sua carga pelo Porto de Pecém”, avalia o senador pernambucano.

A concessão da Ferrovia Transnordestina é feita por uma empresa do grupo do empresário Benjamin Steinbruch, a TLSA, mesma empresa que coordena o porto de Pecém (CE). Por conta disso, políticos pernambucanos atribuem favoritismo na escolha da retomada da obra e conclusão apenas para o Estado do Ceará. A Ferrovia possui uma extensão de 1,7 mil KM, e tem início no Sul do Piauí, na Cidade de Eliseu Martins, seguindo até Salgueiro. A partir daqui, um dos ramais iria para o Porto de Pecém e o outro para o Porto de Suape, mas é o Porto de Suape que foi excluído dos planos.

Deixe um comentário