CPI: Aziz para ex-ministro Araújo: ‘Sua vaidade custou vidas’

18/05/21

Por: Estado de Minas/blogfolhadoseretao.com.br

 

O presidente da CPI se irritou com a forma que o ex-ministro das Relações Exteriores lidou com o impasse com a China para tentar receber insumos para a vacina (Foto: Agência Senado )
O presidente da CPI se irritou com a forma que o ex-ministro das Relações Exteriores lidou com o impasse com a China para tentar receber insumos para a vacina (Foto: Agência Senado )
O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, criticou a atuação do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, com a China. O chanceler presta depoimento aos senadores nesta terça-feira (18) para prestar esclarecimentos na investigação das ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, questionou o ex-ministro a respeito da dificuldade que o Brasil teve com a China de receber insumos para produção de vacina.
“Em meados de janeiro de 2021, o carregamento de milhares de litros de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), fundamental para fabricação dos imunizantes, tanto pelo Butantan como pela Fiocruz, passou vários dias parado no aeroporto de Pequim. O ex-ministro Pazuello afirmou que a China tem colocado barreiras e não tem dado celeridade e que há movimentos fortes no nível diplomático para encontrar onde está essa resistência e resolver o problema. Vossa senhoria confirma essas afirmações do Pazuello?”, questionou o senador.
“De modo geral sim. Quando se fala de resistência parece que há uma má vontade, isso nós nunca identificamos nas autoridades chinesas. Nossa embaixada em Pequim, permaneceu no mês de janeiro diariamente em contato com várias autoridades”, respondeu Ernesto Araújo.
Em seguida, Renan volta a perguntar: “Vossa senhoria atuou para solucionar esse impasse?”.  Araújo respondeu: “No dia 15 de janeiro eu dirigi uma carta ao chanceler chinês pedindo a liberação desse carregamento e alguns dias depois o ministro me respondeu dizendo que faria o possível e pouco depois teve a liberação do carregamento”, afirmou.
O presidente da CPI, Omar Aziz, resolveu entrar nos questionamentos. “O embaixador da China fica em Brasília?”, perguntou. “Sim”, respondeu o chanceler. “O senhor mandou uma carta para ele?”, disse Omar. “Não, mandei uma carta para o ministro das relações exteriores da China”, afirmou Araújo. “Mas o senhor não conversou com o embaixador chinês sobre isso?”, continuou o presidente da CPI e ouviu uma negativa do ex-ministro.
Omar então criticou duramente o posicionamento de Araújo em ter enviado a carta para a China, quando poderia ter resolvido o impasse conversando com o embaixador chinês, em Brasília.
“Aqui do lado, o senhor podia ter conversado com ele e pedido ajuda, mas não fez isso. Preferiu mandar uma carta que demoraria alguns dias e a gente necessitando do IFA. Era atravessar a rua para tratar de um assunto tão importante”, pontuou.
Ele também apontou que o próprio ministro dificultou as negociações. “Sabe por que o senhor não conversou com ele? Por causa das declarações que o senhor deu. Por isso vem a vaidade e uma série de coisas que atrapalhou muito. É essa a grande angústia nossa. Do lado, o senhor poderia ter chamado o embaixador. E isso não aconteceu, o senhor teve que mandar uma carta. Coisa que ele fala e se comunica diariamente, então o senhor me perdoe mas houve por sua parte não uma vontade de resolver esse problema. […] Seu papel no momento era salvar vidas”, concluiu.

Deixe um comentário