13/04/21
por José Matheus Santos /blogdejamildo
blogfolhadosertao.com.br
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (13), a Operação Contrassenso, que apura supostas irregularidades em contratações realizadas pela Secretaria de Educação de Petrolina, no Sertão de Pernambuco.
São investigadas possíveis práticas dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, falsidade ideológica e organização criminosa.
Cerca de 150 policiais federais e auditores da Controladoria Geral da União (CGU) participam do cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Federal em Petrolina. Segundo apurou o Blog, a sede da Prefeitura é um dos locais onde a PF fez buscas.
Segundo a PF, as investigações apontam irregularidades no fornecimento de materiais escolares, entre o final de 2015 até 2020, com o uso de recursos enviados pelo Governo Federal através do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), verba sob fiscalização da União.
De acordo com a PF, foram apreendidos veículos, bens e valores.
“As investigações apontam pagamento de possível propina através de transferências bancárias em favor de terceiros, indicada por um dos servidores investigados, além de demonstrar um frequente contato entre os servidores públicos e os líderes do grupo econômico, principalmente em atos referentes ao pagamento da prefeitura às empresas do grupo. A CGU realizou auditoria em parte das contratações, apontando evidências dos artifícios utilizados pelo grupo empresarial para burlar os processos licitatórios, em especial o uso de empresas de fachada criadas em nome de interpostas pessoas (laranjas)”, afirma a Polícia Federal.
“Algumas dessas fraudes foram o direcionamento de contratação par determinadas empresas e o sobrepreço de determinados itens. Além disso, outros elementos identificados durante as investigações apontaram para a corrupção de alguns servidores da secretaria”, disse o delegado Afonso Marangoni Júnior, em entrevista coletiva na manhã desta terça.
O delegado afirmou também que a PF ainda não conseguiu estimar quantos reais teriam sido desviados pelos suspeitos, mas ressaltou que as investigações apuram contratos que superam R$ 20 milhões.
Outro lado
“Firme em seu compromisso com a transparência, a Prefeitura de Petrolina (2017/2021) cumpre rigorosamente os ditames legais e tem feito todos os esforços necessários para contribuir com as investigações em curso, que se referem a fatos e contratos registrados desde 2015”, inicia a nota.
“Os documentos e materiais solicitados foram disponibilizados. A prefeitura mantém-se à disposição para prestar todos e quaisquer esclarecimentos adicionais”, acrescenta o comunicado.