28/04/21
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O jornalista pernambucano e ex-secretário de Cultura do Estado, Carlos Garcia.
Referência para a imprensa nacional e cobertura política, o jornalista Carlos Garcia morreu, aos 87 anos, nesta terça-feira (27), após ser diagnosticado com Covid-19. Ele estava internado no Hospital Português, no Recife.
Chefe da sucursal do jornal Estadão no Recife, ele chegou a ser preso e torturado pela ditadura em 1974. Sua trajetória foi retratada no livro “Carlos Garcia: um mestre em meio ao redemoinho” da editora Cepe.
O ex-secretário de Imprensa de Pernambuco Evaldo Costa afirmou que a memória de Carlos Garcia deve ser reverenciada pelo País por sua luta na construção da democracia.
Depoimento de Evaldo Costa:
“Se eu pudesse escolher um jornalista que queria ser, eu escolheria ser Carlos Garcia. Tenho uma dívida de gratidão muito grande com ele. O meu segundo emprego na sucursal do Estadão foi ele quem me deu. Uma parte grande do pouco que eu sei aprendi com ele, vendo ele trabalhar e recebendo suas orientações”, afirmou Evaldo.
O governador Paulo Câmara (PSB) lamentou o falecimento de Carlso Garcia. “O jornalista Carlos Garcia foi um dos grandes nomes da profissão em Pernambuco. Ético e competente, esteve à frente de importantes veículos de comunicação e das Secretarias Estaduais de Imprensa e de Cultura, sempre primando pela informação verdadeira e de interesse público. Garcia também se incorporou à luta democrática contra a ditadura, foi preso e torturado, mas jamais abriu mão das suas convicções. Sua partida deixa uma imensa lacuna na história do jornalismo pernambucano e brasileiro. Quero me solidarizar com seus familiares e amigos neste momento de profunda tristeza”, declarou.
AIP lamenta a morte de Carlos Garcia
Leia a nota:
A Associação da Imprensa de Pernambuco manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do jornalista Carlos Garcia, ex-presidente da AIP, que aos 87 anos foi vítima do Covid-19. Garcia entrou para a história da Imprensa por seu compromisso ético, sua atuação humanitária e por seu profissionalismo.
São inúmeros os depoimentos da sua atuação contra o Regime Militar (1964-1985), tendo já desde 1963, na presidência da AIP, lutado contra ações que culminaram no AI5. Nas páginas dos nossos livros Ata, não faltam registros da sua atuação em defesa da democracia e dos colegas de redação.
Neste momento de dor, prestamos condolências aos seus familiares e amigos.
Múcio Aguiar
Presidente da AIP
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Nota de pesar do Governo do Estado:
Carlos Garcia: Um mestre no meio do redemoinho
Autor: Homero Fonseca
Referência obrigatória de ética e competência para o jornalismo pernambucano na segunda metade do século 20, Carlos Garcia foi testemunha e protagonista, esteve no centro do furacão da política brasileira, envolveu-se com as novas tecnologias jornalísticas, escreveu vários livros e ainda teve tempo para formar toda uma geração de brilhantes profissionais na sucursal do jornal O Estado de S.Paulo, no Recife, à qual chefiava.