Malhada da Areia se despede de Luiza, a mulher mais velha do distrito: 101 anos

 10/03/24

Por Machado Freire

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Luiza era viúva de João Inácio, que faleceu em fevereiro de 2023, com 103 anos.

A população do distrito de Malhada da Areia, município de Verdejante, se despede na manhã de hoje (10)  de Luiza  Antonia de Jesus – viúva de João Inãcio da Silva, que faleceu em  04 de fevereiro de 2023, com 103 anos de idade.  Luiza contava com 101 anos, tinha problemas cardíacos e faleceu em casa.

O sepultamento da viúva de João Inácio será realizado por volta das 10 horas  no cemitério de Malhada da Areia, com a participação de amigos e parentes das famílias famílias Freire, Pereira, Barbosa e Gonçalves, com ramificações  nos municípios de Verdejante, Salgueiro, Carnaubeira da Penha e Floresta.

Luiza e João Inácio  tiveram  4 filhos,  dois ja se foram , e  estão vivos  Irene e  Ailton, que mora em  Bauru, Estado de São Paulo.

Luiza e João Inácio -que viveram além dos cem anos,  nasceram e se criaram na roça . Eles resistiram à  Covid, e outras doenças como Dengue e Chikungunya .

Veja também:

Morre João Inácio, o homem mais velho do distrito de Machada da Areia

05/02/23
04/02/23
Por Machado Freire  (ultima atualização)
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MALHADA DA AREIA (VERDEJANTE)  O agricultor  João Inácio da Silva, com 103 anos de idade  (possivelmente o   homem mais velho   do município de Verdejante)  morreu hoje,  vítima de complicações na próstata – depois de internado desde a última terça-feira  no Hospital Regional de Salgueiro.  O  seu sepultamento  está sendo    realizado neste momento, neste  domingo (5),  no Cemitério Público que serve às comunidades dos povoados de Grossos e Malhada da Areia.

Apesar de não ter uma compleição física robusta, João Inácio  era  um homem forte  e durante a sua longa vida  não passou por muitos problemas de saúde  tendo, inclusive,  enfrentado a covid-19  quando já contava com mais  de cem ano de idade.  Ele se queixava das sequelas  deixadas pela  covid e  principalmente de problemas na próstata nos últimos meses,, que contribuíram  para “encurtar” a  sua existência, disseram seus parentes.

O comerciante Martinho Freire – sobrinho -neto  da viúva   Luíza Antonia de Jesus (hoje com 102 anos ),   disse que o idoso mais longevo de sua família  (e provavelmente de Verdejante)  enfrentou a covid-19,  mas as sequelas causadas pela Chikungunya   o deixaram debilitado  por muito tempo. ” Veio a doença da próstata para deixá-lo mais fraco ainda”, completou lamentando que o seu  tio-avô  sempre foi um homem   disposto  e que  enfrentava os problemas com naturalidade.

João Inácio e Luiza tiveram 4 filhos  e deixaram 15 netos  e 25 bisnetos.

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 Jornal Folha do Sertão   conta a vida  do agricultor João Inácio

Fevereiro/Março de 2022 – Ano XXI – Sertão Pernambucano
E-mail: folhadosertaoum@hotmail.com e blogfolhadosertao.com.br

 

Casal mais idoso de Verdejante, João Inácio e Luiza Antonia, 

nasceu depois da guerra e escapou dos ataques de Lampião

Comportamento
Por Machado Freire
MALHADA DA  AREIA (Verdejante) – O  casal mais idoso de Verdejante (e provavelmente do Sertão Central), João Inácio da Silva e Luíza Antonia de Jesus -com 102 e 100 anos de vida, respectivamente, nasceu quatro anos depois da Primeira Guerra Mundial (1914/1918), tempo em que Virgulino Ferreira, o Lampião contava vinte e dois anos e estava
apenas iniciando o movimento que ficou conhecido como Cangaço e que durou 16 anos.  João Inácio e Luiza, que
são primos, nasceram e se  criaram no povoado Malhada da Areia (distrito de Verdejante, ex-distrito de Salgueiro) e têm origem nas famílias Freire, Pereira, Barbosa e Gonçalves. Apesar de centenários, ambos estão bem lúcidos depois de enfrentar “uma vida  dura” e criaram quatro  filhos: Irene, Ailton, José (falecido) e Adelina (falecida).

Irene, que está com 64 anos, mora em Malhada  da Areia, enquanto Ailton  reside há muito tempo em Bauru (SP).
O casal é uma espécie de “relíquia” viva, por conta da lucidez, que os permite lembrar de fatos ocorridos há mais de 60/80  anos, como os anos difíceis de seca quando famílias  perdiam os filhos para a febre amarela e o sarampo e
que por falta de alimentos,   era preciso recorrer a cuca  de umbu, fubá do cacto Macambira, que precisava ser lavada em sete águas,  por causa das toxinas que  levam à morte.

“A gente tinha que deixar nossas casas, correr para as caatingas, se esconder debaixo das moitas de  quebra-faca com o medo  dos cabras de Lampião”,  conta Luiza ao lembrar  que, mesmo assim, tinha  gente de sua família que  enfrentava os cangaceiros.

Luiza é filha de José Alexandre Freire, que deixou  muitos sucessores, como  o filho Miguel Alexandre, que também faleceu.  João Inácio, que tinha  uma ligação estreita com  o fazendeiro Siné Freire,  de Carnaubeira da Penha
(morreu com 100 anos),  recorda (sem muitos detalhes) de um sequestro feito  na região atribuído aos cabras de Lampião. “A vítima  foi Uma pessoa da família  de Levino Antonio, que  só foi libertada depois que  foram pagos mais de dez  contos de reis, dinheiro que  entregue por um comerciante de Salgueiro”.

Vale lembrar que este  não foi o primeiro sequestro praticado pelos cangaceiros em Verdejante.  O ex-prefeito Antonio  Tavares (falecido) tinha  no seu arquivo informações sobre o sequestro de  Davi Jacinto (um dos ancestrais da família Freire)  , cujo resgate se deu com  o apoio do coronel Veremundo Soares (amigo da  vítima) que repassou dez  contos de reis ao grupo  bandoleiro.

Imagine que Davi Jacinto foi levado no lombo de um animal de Verdejante para a localidade de Preces, em Carnaubeira da Penha, distante  mais de 80 quilômetros,  mesma distância para

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