SEM MÁSCARA Bolsonaro promove aglomeração em ato com motociclistas e participação de Pazuello no RJ

24/05/21

 (ANDRE BORGES / AFP)
ANDRE BORGES / AFP
Neste domingo (23) o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a promover aglomerações em atos políticos promovidos por ele próprio e seus apoiadores, após ter sido multado pela mesma atitude em um evento no Maranhão.
Além de populares que apoiam o presidente e o seguiram em motocicletas, o ato também contou com apoiadores políticos próximos, como o o ex-ministro da saúde e general Eduardo Pazuello (recentemente convocado a depor à CPI da Covid-19) em um discurso no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, popularmente conhecido como Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, na zona Sul do Rio.
A concentração dos apoiadores começou por volta das 8h. O grupo de motociclistas saiu do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro, por volta das 10h. Ao longo do percurso, havia grupos de apoiadores aglomerados à beira das ruas por onde a comitiva passou, nos pontos de partida e de chegada.
Na ocasião, Pazuelo subiu num carro de som ao lado de Bolsonaro e outras autoridades, como o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP), todos sem máscara e sorridente enquanto o presidente se referia a Pazuello como “nosso gordinho”.
Em sua fala, Bolsonaro voltou, como de costume, a atacar as medidas não-farmacológicas de prevenção à Covid-19, como o distanciamento social e redução das atividades comerciais para diminuir a circulação do vírus.
“Lamento cada morte havida no Brasil, cada morte, não importa a motivação da mesma. Mas nós temos que ser fortes, nós temos que enfrentar desafios, viver e sobreviver (…) Desde o começo eu disse que tínhamos dois problemas: o vírus e o desemprego, muitos governadores e prefeitos simplesmente ignoraram a grande maioria da população brasileira e sem qualquer comprovação científica decretaram lockdowns, confinamentos e toque de recolher”, disse o chefe do executivo nacional.
“Meu exército” 
O discurso de Bolsonaro também incluiu as forças armadas, muito presentes na constituição de seu governo (repleto de militares ativos e inativos), mas que esboçam por vezes desconforto com algumas ações do presidente que, na visão dos comandantes, podem prejudicar a imagem do Exército.
Neste domingo, como em outras ocasiões, Bolsonaro tratou a força militar com se fosse sua, afirmando que jamais ordenaria que os oficiais auxiliassem estados e municípios a garantir medidas de restrição à circulação. “O meu Exército jamais irá às ruas para manter vocês dentro de casa”, disse o mandatário.
“Ditadura”
Bolsonaro também associou os decretos locais para contenção da Covid-19, que estão dentro da legalidade e amparados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), como “tentativa de ditadura” promovida pelos governadores. “Hoje vocês já sabem o que é uma democracia e uma tentativa de ditadura patrocinada por esses governadores”, disse o atual presidente.

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