Palmas para Bano Sapateiro, que hoje comemora 91 anos !

15/05/21

 

Blogfolhadosertao.com.br

Por Machado Freire

 

Foto 01:Bano na Oficina Foto 02:  com a esposa, Dona Moça

 

Hoje, 15 de maio,  é dia de darmos um forte abraço  no sapateiro mais longevo de Salgueiro,  o velho Bano que comemora  em casa- sem festa,  por causa da pandemia,  seus bem vividos 91 anos de idade.  Um homem simples, de origem humilde,  que  lutou  a vida inteira  com dignidade, tendo inclusive,  ainda jovem que viajar para o Recife, onde trabalhou no advento da ditadura militar de 1964 ao lado de sapateiros de tendência esquerdista, chamados por alguns de “comunistas”.

  Em Salgueiro, Bano  foi aluno do grande profissional Antonio Carlos Freire, sapateiro fino que atuava com firmeza no Cortume Nossa Senhora de Fátima, que  deixaram levar para Petrolina, inclusive com alguns funcionários que nunca voltaram para a Salgueiro Grande de Veremundo Soares.

Bano, cujo pai trabalhou no sistema elétrico construído por Veremundo Soares para iluminar a cidade (até a chegada a energia de Paulo Afonso),  dedicou-se ao ramo de sapataria muito cedo. Foi funcionário  dos empresários  Pedro José Rosado,  Afonso Ferreira  e Antonio Brito, todos com endereço  na estreita rua Epitácio Alencar, conhecida também no passado como “Rua do Fumo”.

Ao voltar do Recife,  bastante experimentado, o sapateiro passou uma temporada  em Araripina e decidiu permanecer definitivamente em Salgueiro, onde passou a trabalhar por  “conta própria”.   “Eu botei um negócio por conta própria, mas certo dia dei guarida a um sujeito que precisava de um lugar para  passar a noite. No dia seguinte,  ao voltar para o trabalho senti o prejuízo:  ele tinha levado minhas ferramentas, me deixando praticamente quebrado”, conta o profissional que nunca  baixou  a cabeça pra nada diante das adversidades.

Até  “pendurar as alpercatas” , rumo à aposentadoria definitiva, há dois anos (por insistência da família),  Bano trabalhava em uma oficina localizada na  confluência das Ruas Francisco Correia e  Inácio de Sá,  a poucos metros de sua residência, no centro da cidade.

Infelizmente, o “velho  Bano”, não pode mais participar  das interessantes  pescarias  com os amigos,  nem mesmo recebe-los em casa para contar (e ouvir) as belas ‘histórias de pescadores”, por causa da Covid-19 que o obriga a se resguardar  ao lado da família.

Ano passado, ainda improvisamos  uma festinha, com direito a um bolo, mas este ano, nem isso a gente vai acontecer,  relata   seu filho Beto da Compesa. “Não vai ter nenhuma festinha por causa dessa doença”, conta Beto.

 Nascido em 15  de maio de 1930, o popular Bano  é casado com Roseira Avelina da Silva (Dona Moça), que nasceu em 27 de abril de 1921.

A prole de Bano e  dona Moça  conta com os filhos Alberto Pereira da Silva (Beto da Compesa), Aurenia Pereira da Silva,   Auriene Pereira da Silva (Lili) e  Adalberto pereira da Silva (Nanan). Mais 13 netos e 8 bisnetos.

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