STF autoriza retorno de senador pego com dinheiro na cueca

18/02/21

 (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Foto: Pedro França/Agência Senado

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou que o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), pego com dinheiro na cueca, volte a exercer o cargo. Em outubro do ano passado, o ministro determinou o afastamento do senador depois que a Polícia Federal apreendeu R$ 33,1 mil que estavam escondidos na cueca do parlamentar. Para evitar desgastes, o senador pediu licença por 121 dias, e o afastamento foi revogado pelo ministro, relator do caso no Supremo. O prazo da licença termina na próxima quinta-feira (18).
Barroso manteve seu afastamento da comissão que discute destinação de valores para combate à pandemia da Covid-19. Isso porque Chico Rodrigues foi pego com dinheiro na cueca durante a Operação Desvid-19, que apura esquema de desvio de verbas públicas oriundas de emendas parlamentares que eram destinadas ao combate à pandemia da Covid-19 em Roraima, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde. Ele eta alvo de busca e apreensão.

O caso teve ampla repercussão. Conforme relatório da PF, o senador estava com R$ 15 mil %u201Cno interior de sua cueca, próximo às suas nádegas%u201D, e mais R$ 18.150 nas vestes íntimas. Em sua decisão, Barroso %u201Clevou em consideração que não há fatos recentes que justifiquem uma nova decisão de afastamento do mandato%u201D. Também foi considerado o fato de não haver, até o presente momento, denúncia por parte do Ministério Público. Assim, o ministro entendeu que não há indícios de que o senador possa prejudicar o andamento das investigações.

Barroso pontuou, ainda, que pode rever a decisão, %u201Ccaso sobrevenha notícia de alguma irregularidade%u201D. Sobre o impedimento de que ele volte à comissão, o ministro pontuou que %u201Cseria um contrassenso permitir que o investigado pelos supostos desvios viabilizados pela atuação na comissão parlamentar voltasse a nela atuar no curso da investigação%u201D, afirmou.

O senador é investigado por suposta participação em esquema de fraude e dispensa de licitações, peculato e organização criminosa voltada ao desvio de recursos federais destinados ao combate da pandemia em Roraima.

O caso teve ampla repercussão, mas o movimento no Senado foi no sentido de deixar as coisas esfriarem, com a possibilidade de salvar o mandato do senador e, ao mesmo tempo, evitar que parlamentares tenham que votar um afastamento do colega ou mesmo tenham que defendê-lo publicamente. Foi feita uma representação contra o senador no Conselho de Ética, mas os trabalhos estavam suspensos por uma resolução da mesa diretora desde o primeiro semestre devido à pandemia do novo coronavírus.

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