Servidores da UPE cobram reposição salarial e plano de progressão em debate na Alepe

25/11/25  –  http://blogfolhadosertao.com.br  – Ascom Alepe

Servidores da Universidade de Pernambuco reivindicaram melhorias nas carreiras e recomposição salarial em audiência na Alepe, nesta segunda. O debate foi promovido pela Comissão de Administração Pública e expôs queixas de professores e de técnico-administrativos. Segundo o deputado João Paulo, do PT, o acúmulo de perdas para a inflação e a falta de critérios que permitam progressão real são problemas que levam à fuga de talentos. Essa situação não apenas afeta os profissionais individualmente, mas compromete a capacidade da própria universidade de cumprir suas funções estratégicas. Em 2024, 19 professores pediram exoneração para assumir cargos em outras instituições. Também os servidores técnico-administrativos enfrentam condições muito difíceis.”

Política de permanência no interior e concurso para recompor e ampliar o quadro foram outras necessidades apontadas. Sobre a situação dos professores, mais de 60% estão represados na categoria de adjuntos, sem conseguir atingir os critérios para se tornarem professores associados. Além disso, enquanto em outras universidades os professores titulares representam o topo da carreira e têm maior remuneração, na UPE o cargo é preenchido por um concurso à parte e não por progressão. Para corrigir o problema, a categoria construiu uma minuta de lei a partir de reuniões com a Secretaria de Administração e a Reitoria, mas o governo não avançou nas negociações. É o que explica a presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade de Pernambuco, Terezinha Lucas.

Nós estamos vivendo maus momentos. O governo tem desdenhado de nós: cadê a Secretaria de Administração nessa mesa? Cadê a Secretaria de Ciência e Tecnologia? Não vieram.  A gente quer apelar para  que a governadora valide o trabalho realizado com muita competência pela comissão tripartite que o próprio governo criou.

Quanto aos técnico-administrativos, foram relatados problemas causados pelo sucateamento de unidades da UPE e o fim da gratificação de titulação, o que desestimula a permanência de profissionais qualificados. É o que relatou o presidente do Sindicato dos Servidores da UPE, Rivaldo Simplício da Silva. Você pode fazer mil cursos, mas não progride em nada. Um servidor entra na universidade e passa três anos para ter uma progressão mínima. Tem gente com 50 anos aproximadamente, é meio século dentro de uma universidade, e mesmo assim corre o risco de não chegar no seu último salário dentro desta Casa.”

Como exemplo de dificuldade de segurar quadros qualificados, a reitora da UPE, Socorro Cavalcanti, contabilizou a convocação de três aprovados, em média,  para preencher cada uma das vagas abertas no último concurso, realizado em 2017. “Não é possível garantir ensino de excelência, assistência qualificada sem valorização das pessoas que fazem a universidade. Por isso reitero: a valorização das carreiras não é um gasto, é um investimento público.

Socorro Cavalcanti ainda defendeu o papel estratégico da UPE na formação, inovação tecnológica e atendimento qualificado à população. A audiência pública também teve a participação do deputado Waldemar Borges, do MDB, e Rosa Amorim, do PT, que anunciou a coleta de assinaturas para criar a Frente Parlamentar em Defesa da UPE.

 

Deixe um comentário