21/10/25
Por Jeniffer Gularte e Rafaela Gama
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Em meados de abril, Lula sondou Boulos sobre a possibilidade dele assumir o cargo com assento no Palácio do Planalto. Troca na Secretaria-Geral foi efetivada nesta segunda-feira
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O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da Republica, Guilherme Boulos, afirmou que a missão que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “colocar o governo na rua”. Boulos substituirá Márcio Macêdo e passará a despachar do Palácio do Planalto.
“Agradeço ao Presidente Lula pelo convite para ser Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República. Minha principal missão será ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil”, disse.
Boulos iniciou sua atuação política como líder do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e disse levará essa “escola” e aprendizados ao Palácio do Planalto:
“Minha grande escola de vida e de luta foi o movimento social brasileiro e levarei esse aprendizado agora ao Planalto. Presidente, sua confiança será honrada com muito trabalho!”
Com a troca, Lula quer ter no comando da Secretaria-Geral, pasta que faz interlocução com movimentos sociais e a sociedade civil, um nome que tenha canal direto com essas entidades e capacidade de mobilização. A estratégia de intensificar a relação com os movimentos sociais está ligada a disputa eleitoral do ano que vem.
Lula e Boulos tem uma relação pessoal próxima. Nas eleições municipais de 2024, Boulos foi o único candidato para o qual Lula realmente se empenhou na campanha. Além de ter costurado a vice da chapa, Marta Suplicy, foi o fiador do repasse de fundo eleitoral do PT para a campanha do deputado e gravou propaganda eleitoral na sua casa, em São Paulo.
Em meados de abril, Lula sondou Boulos sobre a possibilidade dele assumir o cargo com assento no Palácio do Planalto. Lula quis saber se Boulos aceitaria abrir mão de disputar a eleição do ano que vem, para, caso seja nomeado, poder ficar no cargo até o fim do mandato do petista. O deputado vem indicando a aliados que poderá abrir mão de disputar a eleição em nome do novo desafio.
A presidente do PSOL, Paula Coradi, elogiou a nomeação de Guilherme Boulos e destacou o papel dele como liderança popular e articulador de mobilizações sociais:
— Boulos é um militante político, líder de um movimento social muito relevante, que sempre apostou na mobilização popular como instrumento de transformação social. Sua entrada no ministério irá contribuir para organizar novas mobilizações sociais a favor da agenda que interessa ao povo brasileiro e contra as ofensivas da extrema-direita e do Centrão.
A expectativa é que Boulos fique no cargo até o fim do terceiro mandato de Lula em dezembro do ano que vem. Assim, o novo ministro não deve disputar a eleição de 2026, o que fará o PSOL sair em busca de outro puxador de votos em São Paulo para não perder espaço no Congresso. Boulos foi o deputado federal mais votado de São Paulo em 2022, com apoio de 1.001.453 eleitores.