08/07/25
Paulo Emilio/247
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Plataformas, conhecidas pelo alinhamento à extrema direita, acusam o ministro do STF de impor “censura” a empresas estadunidenses que operam nos EUA

A Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que está preparando um recurso para defender a República Federativa do Brasil diante de uma eventual medida cautelar da Justiça dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são da coluna Radar, da revista Veja.
A iniciativa da AGU ocorre após nova tentativa do Rumble e da Trump Media & Technology Group — empresa responsável pela rede Truth Social, associada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — de acionar judicialmente o magistrado brasileiro em uma corte federal do estado da Flórida. Desta vez, as empresas indicaram um endereço no Brasil para que o mandado seja oficialmente entregue a Moraes.
As plataformas, conhecidas pelo alinhamento à extrema direita, acusam o ministro de impor “censura ilegal” a empresas norte-americanas que operam nos Estados Unidos. Elas alegam que decisões do STF teriam determinado a suspensão de contas de usuários considerados “politicamente controversos”, o que justificaria o pedido de liminar contra supostas “ordens de silêncio”.
O processo tramita na Justiça da Flórida, que já intimou Moraes. A partir da notificação, o ministro tem um prazo de 21 dias para apresentar uma resposta formal ou protocolar petição de contestação.
Ainda segundo a reportagem, em nota, a AGU afirmou que “na avaliação dos advogados americanos que auxiliam a AGU no monitoramento do processo, isso sugere que as empresas pedirão a citação por meio das autoridades centrais para cooperação jurídica internacional, conforme preveem tratados sobre a matéria em vigor entre ambos os países”.
O órgão destacou ainda que, até o momento, o andamento do processo depende de um trâmite administrativo: “De qualquer modo, nada acontecerá até que o Clerk (diretor de secretaria) do Tribunal analise e assine o mandado”.
Segundo a AGU, essa não é a primeira tentativa das plataformas ligadas a Donald Trump de obter uma decisão judicial contra Moraes. Em 25 de fevereiro, a juíza Mary Scriven, do Tribunal Federal do Distrito Médio da Flórida, rejeitou o pedido de liminar apresentado pelas empresas. À época, a magistrada afirmou que “as autoras do processo não apresentaram nenhuma alegação que mereça revisão judicial por um tribunal dos EUA”.
Além disso, a juíza deixou claro que não há qualquer pedido de cooperação jurídica internacional encaminhado pelo Brasil às autoridades norte-americanas, o que impede, até o momento, que decisões do STF resultem em medidas executórias no território dos EUA.