Morre o cantor e compositor pernambucano Paulo Diniz, ícone da MPB, aos 82 anos.

22/06/22

Por Emannuel Bento/JC

blogfolhadosertao.com.br

 

Pernambucano foi responsável por sucessos como “Um Chope Pra Distrair”, “Pingos de Amor” e “Quero Voltar Pra Bahia”. O governador Paulo Câmara emitiu nota de pesar.

STILL
MÚSICA Paulo Diniz foi um dos maiores vendedores de discos nos anos 1970 – FOTO: STILL

O cantor, compositor e locutor pernambucano Paulo Diniz, dono de muitos sucessos da MPB nos anos 1970, morreu nesta quarta-feira (22), aos 82 anos. O motivo da morte ainda não foi divulgado. A informação foi confirmada pelo radialista Geraldo Freire, da Rádio Jornal.

Nascido em Pesqueira, em Pernambuco, Paulo Diniz foi um nome de destaque da MPB entre os anos 1960 e 1980, sendo autor de sucessos como “Canoeiro”“Um Chopp pra Distrair”“Ponha um arco íris na sua moringa” e “Quero Voltar Pra Bahia”. Chegou a ser um dos maiores vendedores de discos no começo dos anos 1970.

Paulo Diniz passou os últimos anos da vida morando em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Não fazia mais shows, mas continuava compondo. Nos últimos tempos, esteve internado no IMIP para realizar uma hemodiálise.

No final de 2019, voltou ao estúdio e gravou uma canção inédita, que pretendia lançar como single. Clique aqui para conferir a última entrevista de Paulo Diniz ao JC.

Paulo Diniz foi locutor e estourou na Jovem Guarda

Nascido em 24 de janeiro de 1940, Paulo Diniz descobriu cedo seu talento para a locução. Com apenas 12 anos, trabalhou na Rádio Difusora (hoje Rádio Jornal) em sua cidade natal, se mudando para o Recife no começo dos anos 1960.

Após alguns anos trabalhando como locutor na Rádio Globo, Paulo Diniz começou a se apresentar no programa Jovem Guarda, estourando o iê-iê-iê “O Chorão“, de Edson Mello e Luiz Keller.

Compositor de sucessos nacionais

Em parceria com o amigo Odibar, compôs sucessos como “Pingos de Amor”, “Um Chope pra Distrair”, “Piri Piri” e “Ponha um Arco-íris na sua Moringa”, além do hino de protesto “Quero Voltar Pra Bahia”, uma homenagem a Caetano Veloso. Lançou cerca de 10 discos.

Paulo, aliás, foi inquilino do casarão Solar da Fossa, na Zona Sul do Rio, onde moravam artistas como Gal Costa, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Paulo Leminski, Odete Lara, Naná Vasconcelos, Glauber Rocha, Torquato Neto e o próprio Caetano Veloso.

Diniz também musicalizou muitos poemas de língua portuguesa de autores, como Carlos Drummond de Andrade (“E Agora, José?”), Gregório de Matos (“Definição do Amor”), Augusto dos Anjos (“Versos Íntimos”), Jorge de Lima (“Essa Nega Fulô”) e Manuel Bandeira (“Vou-me Embora pra Pasárgada”).

Entre o final dos anos 1980 e os anos 1990, não gravou nenhum disco em decorrência de problemas de saúde que quase o deixaram paralítico. Paulo Diniz contraiu esquistossomose num banho de rio, provavelmente no interior de Minas Gerais, terra de sua ex-mulher, com quem casou no auge do sucesso.

Em entrevista ao JC em 2018, ele disse que pretendia gravar um disco de inéditas, citando DJ Dolores e o Maestro Forró como parceiros com quem gostaria de trabalhar. “Ganhei muito dinheiro, gastei tudo, com champanhe, mulheres. Não me arrependo. Se tivesse com muito dinheiro agora, de que me serviria?”, disse.

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NOTA DE PESAR

Pernambuco perdeu um grande nome da música popular, o cantor, compositor e locutor Paulo Diniz. Autor de grandes sucessos, entre eles a conhecidíssima “Pingos de amor”, fez carreira no sudeste trabalhando ao lado de grandes nomes da música brasileira, mas sempre manteve as raízes fincadas no seu Estado natal, para onde retornou consagrado. Quero externar meu pesar e minha solidariedade aos seus familiares, amigos e muitos fãs, neste momento de profunda tristeza.

Paulo Câmara

Governador de Pernambuco

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