Centenario do educador: Alepe entrega Medalha Professor Paulo Freire

18/09/21

AscomAlepe

 

Profissionais e entidades com destacada atuação no meio educacional foram homenageadas, nesta sexta, com a Medalha de Mérito Professor Paulo Freire, concedida a cada dois anos pelo Conselho Estadual de Educação. A cerimônia de entrega da comenda foi realizada no Auditório Sérgio Guerra, na Assembleia Legislativa. E faz parte da programação de atividades do Ano Educador Paulo Freire, no âmbito do Parlamento estadual.

A intenção do evento é revisitar o pensamento do pernambucano, considerado um dos autores mais influentes do mundo na área da educação, e reconhecido pelo método para alfabetização de adultos. O ex-vereador do Recife e professor da UFPE André Régis, o consultor do Instituto Paulo Freire, Genuíno Bordignon, e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo, foram escolhidos para receber a honraria na edição 2021 do prêmio. A coordenadora do Fórum Estadual de Educação de Pernambuco e professora da UFPE Márcia Ângela Aguiar, e o reitor da Universidade de Pernambuco, Pedro Falcão, também foram agraciados com a medalha de mérito.

Desde a primeira edição do prêmio, em 1997, já foram reconhecidas 111 pessoas e instituições da área de educação. A atualidade do pensamento freireano foi destacada pela deputada Teresa Leitão, do PT, autora da resolução que instituiu 2021 como o Ano Educador Paulo Freire. A parlamentar ressaltou que, no contexto político atual, em que as ideias do educador estão sob ataque, celebrar o centenário confronta a postura do Ministério da Educação, que não entende a escola como instrumento de emancipação social: “E começa a atacar o que nem conhece, nem conhece… então, acho que todas essas atividades que estão ocorrendo, elas servem pra isso. Pra gente mostrar como o legado de Paulo Freire é atual, e como a gente  precisa dele para enfrentar este momento que nós estamos vivendo”.

Na condução da cerimônia, o secretário estadual de Educação, Marcelo Barros, disse acreditar que a educação pública vai sair fortalecida da crise política atual, em que até o conceito de democracia demonstra não estar consolidado no Brasil. O gestor enfatizou a necessidade de valorizar os ensinamentos de Paulo Freire: “A Secretaria de Educação está aqui representando o estado de Pernambuco, nessa homenagem juntamente com a Assembleia Legislativa de Pernambuco. E nosso patrono Paulo Freire tem que ser sempre muito homenageado, porque todo o nosso legado da educação se deve ao trabalho dele”.

O presidente do Conselho Estadual de Educação, Antônio Habib, fez um agradecimento a Teresa Leitão por ter abraçado a ideia de realizar a entrega da medalha no espaço do Legislativo. O conselheiro ressaltou que a honraria valoriza o bom desempenho dos profissionais e entidades da educação: “As pessoas são escolhidas de uma forma muito criteriosa, para poderem receber essa medalha. Então, são pessoas realmente de relevantes serviços prestados à nossa educação”.

Durante a solenidade, foi exibido um vídeo institucional com depoimentos de educadores que conviveram e foram influenciados por Paulo Freire na sua prática pedagógica. Dentre elas, a ex-secretária estadual de Educação do Governo Arraes, Silke Weber. Em uma saudação aos homenageados desta edição do prêmio, a conselheira estadual de Educação Maria Iêda Nogueira lembrou que Paulo Freire foi um dos fundadores do Conselho Estadual em 1963, e que manteve uma trajetória de luta pela educação libertadora. Ela ainda registrou a polêmica em torno do título de Patrono da Educação Brasileira conferido em 2012 ao pernambucano. Maria Iêda acredita que as opiniões contrárias à lei em homenagem ao pensador trazem argumentos “falaciosos”, que não ameaçam o legado de Paulo Freire.

O primeiro a ser condecorado com a medalha de mérito foi o ex-vereador do Recife e professor da UFPE André Régis. Ele considerou o prêmio uma conquista coletiva, fruto de um trabalho de oito anos envolvendo a busca da qualidade do ensino nas escolas municipais. Heleno Araújo se pronunciou em seguida, e afirmou que o gesto do Conselho Estadual de Educação é um recado forte em defesa da educação pública e inclusiva.

A professora Márcia Ângela Aguiar foi agraciada pela primeira vez com a medalha. Com uma trajetória de mais de 30 anos na área, a homenageada relatou ter escolhido atuar em favor dos menos favorecidos. E dedicou o prêmio a todos os profissionais da educação: “Com os professores e professoras da educação básica e do ensino superior, que são exatamente aqueles que no dia a dia, no seu cotidiano, fazem a educação no Brasil”.

O reitor da UPE, Pedro Falcão, destacou a influência de Paulo Freire na atuação da universidade estadual. Segundo o dirigente, a UPE está empenhada em ampliar a oferta de cursos em todas as regiões do estado, promovendo a educação inclusiva. Genuíno Bordignon foi representado na solenidade pela conselheira Maria Iêda Nogueira. Em vídeo exibido durante o evento, o consultor do Instituto Paulo Freire declarou que estava emocionado com o fato da homenagem ter partido da terra do Patrono da Educação Brasileira. Natural do Rio Grande do Sul, Bordignon também ressaltou que o prêmio é conferido por um fórum democrático, que é o Conselho Estadual de Educação.

O Ano Estadual Educador Paulo Freire foi instituído por resolução da Alepe em setembro de 2020. A partir dessa decisão, a Casa formou uma comissão organizadora para definir as ações comemorativas do centenário do Patrono da Educação Brasileira, a ser celebrado no próximo dia 19. Na próxima segunda, dia 20, as atividades oficiais em homenagem a Paulo Freire prosseguem na Alepe. A partir das três da tarde, será feita a aposição de uma placa alusiva ao educador no espaço da Biblioteca da Casa.

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