31/10/20
Decisão repercutiu bastante entre os candidatos à prefeito do Recife. (Foto: Divulgação) |
O ministro Tarcísio Vieira, do Tribunal Superior Eleitoral, manteve a suspensão da campanha eleitoral de rua em Pernambuco. A medida foi determinada na noite de ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE). Tarcísio Vieira também instituiu que o TRE-PE faça uma reavaliação periódica da medida e que o governo do estado seja consultado sobre a situação sanitária local em relação à covid-19. A manifestação de Tarcísio foi feita em recurso apresentado pelo candidato a prefeito de Catende Rinaldo Barros (PSC).
A decisão repercutiu bastante entre os candidatos à prefeito do Recife. A duas semanas da eleição, muitas agendas de campanha precisaram ser canceladas repentinamente após a medida. João Campos (PSB) acredita que a recomendação do TRE deve ser respeitada. “Houve uma deliberação, anunciada oficialmente pelas autoridades eleitorais, e ela deve ser seguida. Se há o entendimento de que os eventos de rua, das campanhas municipais, podem ter reflexo sobre o atual quadro sanitário, no tocante às taxas de contágio do novo coronavírus, cabe-nos ter a responsabilidade de acatar a decisão. A proteção à vida está em primeiro lugar”, falou o candidato.
Em nota, a assessoria da candidata Marília Arraes (PT), declarou que a petista cumprirá as normas, “mesmo entendendo que a decisão extrapola as funções constitucionais do TRE-PE, e que também está em desacordo com o calendário de flexibilização do Poder Executivo Estadual, com previsão inclusive de volta às aulas nos próximos dias, e com festas, shows e atividades de lazer já acontecendo em todo o Estado”.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, a Delegada Patrícia (Podemos) falou que irá acatar a decisão do TRE-PE. “Decisões judiciais existem para serem cumpridas. Sou delegada, minha vida sempre foi pautada pelo cumprimento das leis e não ia ser diferente agora. Mas nossa campanha não vai parar. Vamos continuar visitando os bairros do Recife e conversando com as pessoas, nem que seja uma por uma”, garantiu.
Já Charbel Maroun (Novo), afirma que a decisão não foi clara. “O Tribunal diz que acabou com a campanha de rua, mas ao mesmo tempo não ficou claro se panfletagem pode ser feita, se uma caminhada com até quatro pessoas é permitida, se eventos fechados que reúnam 20 pessoas estão autorizados… Esse decreto veio em um momento difícil, no meio da campanha. Isso deveria ter sido pensado antes e trabalhado junto com os candidatos”.
A candidata Cláudia Ribeiro (PSTU), apesar de ser a favor das medidas que garantam a saúde das pessoas, acredita que a decisão do TRE foi contraditória “Temos acordo com as medidas que são para garantir a saúde e a vida: o uso de máscara obrigatório, o distanciamento social e não aglomerar. Mas não é isso que estamos vendo nos transportes públicos do Grande Recife e na obrigatoriedade do governo Paulo Câmara na volta às aulas em todo Estado, inclusive na educação infantil. As medidas tomadas pelo TRE são contraditórias”, critica.
Carlos Henrique (PSL) lamentou, mas disse compreender. “O ato do TRE é uma resposta a alguns desrespeitos que estavam sendo cometidos na campanha e a uma provável segunda onda de casos que se imagina estar por vir. Sempre defendi que a gente tem de fazer campanha, mas respeitando as orientações sanitárias e os protocolos da OMS. É uma pena que o TRE tenha tomado essa medida, mas é compreensível”, argumenta. Marco Aurélio (PRTB) espera que o TRE volte atrás. “A maior festa da democracia são as eleições. Vamos torcer para que o TRE mude sua decisão”, declarou.
Thiago Santos (UP) apontou que seguirá as recomendações do TRE. “De forma segura, vamos continuar apresentando o projeto de poder popular para a cidade do Recife.Em pequenos grupos, sem aglomerações e adotando as medidas sanitárias como uso de máscara, distanciamento e uso de álcool a 70%”, explica. O Coronel Alberto Feitosa (PSC) preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Mendonça Filho (DEM) foi procurado, mas não respondeu até o fechamento da matéria.