Fim do mistério em “Vale Tudo”: Odete Roitman não morreu; desfecho já era previsto

18/10/25
Por Leonardo Vila Nova
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O autor do disparo contra a personagem de Débora Bloch foi Marco Aurélio, vivido por Alexandre Nero, mas, um plano com Freitas, salva a vida da empresária, que foge do País
Em uma reviravolta previsível para muita gente, eis que chegou ao fim o grande segredo da teledramaturgia brasileira: Odete Roitman não morreu! Pelo menos, no remake de “Vale Tudo”, que chegou ao fim nesta sexta (17), “a vilã das vilãs” conseguiu escapar da morte, em um plano arquitetado junto com Freitas (Luis Lobianco).

Neste derradeiro episódio, coube a Marco Aurélio, interpretado por Alexandre Nero, a autoria do disparo que teria assassinado Odete Roitman (Débora Bloch). Esse “desfecho” resgata quem seria o autor do tiro originalmente, na versão de 1988, o Marco Aurélio interpretado, na época, por Reginaldo Faria, mas, que acabou sendo modificado em cima da hora.

No novo final, Marco Aurélio vai ao quarto de Odete, no Copacabana Palace, após Heleninha (Paolla Oliveira) sair de lá e errar o tiro. O diretor da TCA, então, acerta em cheio o tiro no peito de Odete.

Porém, o que ninguém contava é que, em uma armação com Freitas (Luis Lobianco), Odete seria salva, sobrevivendo e fugindo do País.

Apesar de representar uma “reviravolta”, esse desfecho já era imaginado, inclusive por Aguinaldo Silva, um dos autores da versão original de “Vale Tudo”, que chegou a declarar publicamente seu palpite de que Odete não havia morrido.

Outros finais
Apagada ao longo da trama, Raquel, personagem de Taís Araújo, teve o seu merecido “happy end”, se casando com Ivan (Renato Góes). Também coube à cozinheira cuidar e criar o neto, Salvadorzinho, já que Maria de Fátima (Bella Campos), em mais uma tentativa de alpinismo social, decide não criar o filho e ir embora com um fazendeiro rico.

O último capítulo também foi momento de dar um desfecho a tramas que, simplesmente, “sumiram” da novela, como o caso do casal lésbico Cecília (Maeve Jinkings) e Laís (Lorena Lima), que reapareceu no capítulo desta sexta (17), oficializando a sua união.

“Vale Tudo”, trajetória
Ao longo de 173 capítulos, a versão 2025 de “Vale Tudo” teve a missão de atualizar, sob a caneta de Manuela Dias, a trama original de uma das mais icônicas novelas da tevê brasileira, criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, e exibida entre 1988 e 1989.

Havia grande expectativa em torno da nova versão, cuja ideia era dialogar com o público e sociedade atual, imersa nas redes sociais, com novos códigos de comportamento e de consumo.

No entanto, o que era para ser uma atualização do enredo, acabou gerando controvérsias. Em sua versão original, “Vale Tudo” arrebatou o público por ser uma novela com profundo teor de crítica social e densa abordagem dramática.

Isso acabou se perdendo na sua versão de 2025, com a mudança radical no enredo de determinados personagens, a distorção e esvaziamento de questões centrais na narrativa da novela, entre outros aspectos que terminaram por simplificar a obra original.

O apagamento da personagem Raquel, vivida em 2025 por Taís Araújo, é a polêmica mais flagrante no andamento da novela. Em 1988, ela era a protagonista (vivida por Regina Duarte), personagem central do enredo.

No remake, a Raquel de Taís perdeu espaço, enredo e importância na história de “Vale Tudo”, chegando, até mesmo, a sumir de alguns capítulos. Fala-se que isso seria uma retaliação da autora às críticas de Taís Araújo, que questionou os rumos da sua personagem.

Na tentativa de “cativar” um novo público, a profundidade da crítica social de “Vale Tudo” deu lugar a conflitos mais genéricos e inexpressivos, atravessados por uma avalanche de merchandising, erros de continuidade e personagens dramaticamente mais rasos do que em suas versões originais.

A adaptação gerou diversas críticas, inclusive do viúvo de Gilberto Braga, Edgar Moura Brasil, que afirmou que Manuelas Dias destruiu a obra original e não teve respeito pela história, considerando que a nova versão trazia, entre outros equívocos, “personagens tacanhos e incoerentes”.

Sucesso ou fracasso?
Diante das controvérsias que fizeram parte da trajetória do remake de “Vale Tudo”, a novela parece ter tido dois efeitos distintos: sucesso comercial e fracasso de audiência.

“Vale Tudo” tornou-se, até então, a novela das 9 com maior faturamento da história da TV Globo. No entanto, encerra nesta sexta (17) com a terceira pior média da audiência da história para o horário.

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