Na Justiça: PGR aguarda PF e Gonet pode oferecer ‘pacote de denúncias’ contra Bolsonaro

13/11/24

Por Redacão

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Gonet espera a finalização do ‘inquérito do golpe’ para analisar o “filme completo” e decidir sobre as denúncias contra Bolsonaro, neste e em outros casos

O PGR, Paulo Gonet, investiga o envolvimento de terroristas no 8 de Janeiro, sob a possível liderança de Bolsonaro

O procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, aguarda a conclusão do ‘inquérito do golpe’, como ficou conhecido, que poderá trazer à tona a participação do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) nos acontecimentos do 8 de Janeiro, por conspiração, na tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Gonet aguarda o fim das investigações para decidir sobre uma espécie de ‘pacote de denúncias’ que incluiria acusações não apenas nesse caso, mas em outros processos em que Bolsonaro é alvo, como as suspeitas de fraude na carteira de vacinação e o caso das joias sauditas.

A estratégia de aguardar o relatório completo da PF, segundo apurou a jornalista Malu Gaspar, do diário conservador carioca ‘O Globo’, reflete a intenção de Gonet em evitar pressões políticas, especialmente após as eleições municipais. Antes da votação, era consenso dentro da PGR que qualquer denúncia contra Bolsonaro deveria ser adiada, para evitar suspeitas de interferência política.

Agora, no entanto, Gonet parece preferir consolidar todas as provas reunidas pela PF para analisar “o filme completo” e, assim, obter uma visão abrangente antes de formular acusações.

Lacunas

No caso das joias sauditas e da carteira de vacinação, a PF já havia concluído pela necessidade de indiciamento de Bolsonaro. Gonet, porém, solicitou mais esclarecimentos sobre pontos específicos das investigações, adotando uma posição que visa cobrir possíveis lacunas e garantir a robustez dos indiciamentos.

Especificamente sobre a suspeita de fraude no certificado de vacinação, o PGR pediu à PF para verificar se Bolsonaro apresentou algum certificado de imunização contra a covid-19 ao entrar nos Estados Unidos, em dezembro de 2022. Documentos enviados pelo Departamento de Justiça dos EUA ao Ministério da Justiça brasileiro indicaram que as autoridades norte-americanas não registraram declaração de vacina por parte de Bolsonaro, o que é visto por seus aliados como um argumento de defesa.

Um ponto crucial no avanço das investigações foi o acordo de delação premiada firmado com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Ele revelou, em seus depoimentos, que recebeu ordens para inserir dados falsos de vacinação no sistema, mencionando o próprio Bolsonaro e a filha entre os beneficiados pela fraude. Sua colaboração é tida como peça-chave para a PF no desenvolvimento do inquérito, fornecendo detalhes que elucidam os bastidores das ações durante a reta final do governo Bolsonaro.

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