29/05/21
José Brito e Rafaela Lara, da CNN, em São Paulo/blogfolhadoseertao.com.br
Manifestações acontecem em meio à pandemia e tem pontos de aglomeração; organizadores dos eventos pedem uso de máscara PFF2 e distanciamento
Manifestantes se reúnem diante do Masp, na avenida Paulista, na tarde deste sábado (29)Foto: José Brito/CNN
Protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acontecem neste sábado (29) em ao menos dez capitais e no Distrito Federal. Os manifestantes se reúnem em ruas e avenidas principais de cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Maceió, João Pessoa, Porto Velho, Recife e Aracaju.
Coordenados por grupos de esquerda, os atos acontecem com palavras de ordem contrárias ao governo e pelo impeachment de Bolsonaro, além de faixas e placas pedindo por mais vacinas contra Covid-19, aumento do auxílio emergencial, pelo fim dos cortes de verbas na educação e pelo fim da fome, que se agravou com a pandemia.
Em São Paulo, os manifestantes devem começar a se reunir a partir das 16 horas no vão do Masp, na avenida Paulista. A organização do movimento na capital paulista deve inflar um boneco de Bolsonaro com alusões a cloroquina, medicamento sem comprovação científica para tratamento da Covid-19 que é defendido pelo presidente. A hashtag #29MPovoNasRuas está entre as mais comentadas do Twitter neste sábado.
Pouco antes das 16 horas deste sábado, manifestantes já se concentravam na avenida Paulista, na altura do Masp. Os presentes no local usavam máscaras, carregavam bandeiras de centrais sindicais e entidades estudantis. A partir das 16 horas, a reportagem da CNN constatou que as duas vias da Paulista já se encontravam bloqueadas pelos manifestantes.
Os organizadores dos atos pedem que os manifestantes usem máscara PFF2 e mantenham o distanciamento social – em algumas capitais, no entanto, há registro de aglomeração.
No Rio de Janeiro, milhares de pessoas atravessaram a avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense. Um boneco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi inflado. Placas e faixas contrárias a Bolsonaro também marcaram o ato.
No último domingo (23), o Rio de Janeiro foi palco da “motociata” de Bolsonaro, que contou com a participação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, políticos e apoiadores do governo. Neste sábado, as pistas centrais e a lateral da avenida Presidente Vargas, no sentido Candelária, estão interditadas para o trafégo.
Policiais militares e guardas municipais acompanharam o deslocamento do protesto, enquanto agentes de trânsito orientavam os motoristas na região.
Em Brasília, o ato foi encerrado ainda no início desta tarde. Segundo os organizadores, cerca de 20 mil pessoas participaram a pé e em carros do ato. A PM do Distrito Federal não divulgou estimativa de público. A carreata foi convocada por lideranças do MST e CUT. As lideranças das frentes Povo sem Medo, Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos convocaram os manifestantes a se concentraram em Frente ao Museu Nacional.
Em Recife, o ato que acontecia pacificamente no início da manhã deste sábado foi reprimido pela Polícia Militar (PM) no começo desta tarde com uso de gás lacrimogênio e balas de borracha. Vídeos postados nas redes sociais mostram os manifestantes sendo dispersados pela PM.
A vereadora Liana Cirne (PT) foi agredida com spray de pimenta por policiais militares na avenida Dantas Barreto, na região central do Recife. O momento em que Liana é atingida por um jato do spray e cai no chão foi registrado em vídeo e rapidamente se espalhou nas redes sociais.
Ao comentar o caso nas redes sociais, a vice-governadora do estado, Luciana Santos (PCdoB) afirmou que a “ação da PM contra manifestantes não foi autorizada pelo governo do Estado”. “Nós estamos ao lado da democracia. Os atos de violência, que repudiamos desde já, estão sendo apurados e terão consequências”, completou.
No sul do país, a cidade de Florianópolis teve manifestantes nas ruas no início deste sábado. Já nas cidades de Curitiba e Porto Alegre, os atos devem acontecer durante a tarde.
Em Belo Horizonte, manifestantes que lideravam a caminhada carregavam faixas com os dizeres “nem tiro, nem cadeia, nem covid, nem fome. Fora genocida”. Nas imagens, é possível identificar pontos de aglomeração de pessoas, embora usem máscara.
Na capital baiana, os manifestantes se reuniram no Largo do Campo Grande e protestavam pelo fim da fome, por mais vacinas e também contra os cortes nas verbais da Educação. Em Maceió, manifestantes carregavam faixas de apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS) e placas com os dizeres “vacina sim”. As capitais de João Pessoa, Porto Velho e Aracaju também registram manifestações nas principais vias.
(Com informações do Estadão Conteúdo)