Candidatos a prefeito apoiados por governadores vencem em 70% das disputas do segundo turno

29/10/24
Estadão Conteúdo
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Correligionários ou nomes endossados pelos chefes dos Executivos estaduais venceram em 35 das 50 cidades onde o respectivo governador havia declarado preferência por um postulante

RENATO S. CERQUEIRA / ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Prefeito eleito de São Paulo, Ricardo Nunes (E) foi apoiado Tarcísio de Freitas.RENATO S. CERQUEIRA / ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

As disputas de segundo turno nas eleições municipais, realizadas neste domingo (27), representaram vitórias dos governadores, na maioria dos casos.

Correligionários ou nomes apoiados pelos chefes dos Executivos estaduais venceram em 35 das 50 cidades onde o respectivo governador havia declarado preferência por um candidato, o que representa 70% das disputas.

Entre as 15 capitais que voltaram às urnas, a proporção de vitórias dos governadores foi menor: ocorreram nove vitórias de aliados, ou em 60% das capitais. Foi o caso de São Paulo, onde Ricardo Nunes (MDB) conseguiu se eleger com o apoio de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Belém, onde Igor Normando (MDB), aliado do governador paraense Helder Barbalho (MDB), também triunfou.

Algumas das disputas deste domingo opuseram apostas dos governadores contra nomes endossados por lideranças nacionais. Em Goiânia, o governador Ronaldo Caiado (União) travou disputa direta com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno entre Sandro Mabel (União) e Fred Rodrigues (PL). Mabel, aliado de Caiado, saiu vitorioso.

Em Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD) foi eleito com o apoio do governador Ratinho Júnior (PSD) e, apesar de estar coligado com o PL de Jair Bolsonaro, teve de lidar com acenos de Bolsonaro a sua adversária Cristina Graeml (PMB), que terminou derrotada. Em Olinda (PE), a candidata apoiada pela governadora Raquel Lyra (PSDB), Mirella Almeida (PSD), derrotou o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Vinicius Castello (PT).

— Os governadores, quando apresentam candidatos como uma parceria, fazem uma forte sinalização para o eleitor de que existirão recursos e energia conjunta em prol das cidades. Tem uma força simbólica enorme, mais até, como vimos nessa eleição, do que as figuras nacionais, como Lula e Bolsonaro — disse Rodrigo Prando, cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Segundo o Estadão, no primeiro turno, partidos dos governadores lideraram a lista de siglas com mais vitórias em 17 Estados, com um domínio local que chegou a 63% dos municípios.

O alinhamento entre prefeitos e seus respectivos governadores é visto como uma via de mão dupla: para os gestores municipais, estar do lado do governo estadual é visto como garantia de acesso facilitado a dinheiro para investimentos; para os governadores, a relação se traduz em força política, com a atuação de cabos eleitorais espalhados pelos rincões dos estados.

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