Cuidado com a saúde: Audiência pública alerta para danos dos cigarros eletrônicos e cobra rigor na fiscalização

23/05/24

Ascom Alepe
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Ao vivo: Senado realiza audiência pública sobre cigarros eletrônicos

O Senado deu o ponta-pé inicial

 

Comissão de Saúde da Alepe promoveu, nesta quarta, uma audiência pública para alertar sobre os danos da epidemia de cigarros eletrônicos e os impactos para o sistema de saúde brasileiro. No debate,  autoridades destacaram a necessidade de mais ações do poder público para proteger a população.

O médico pneumologista Tomás Béder afirmou que o tabagismo é a maior causa de morte evitável no mundo. Enfatizou ainda que as doenças associadas ao vício geram um custo anual de quase 100 bilhões de reais para o sistema de saúde brasileiro.

Também de acordo com ele, o uso de vapes, pods e similares tem crescido a um ritmo alarmante, e hoje alcança 82 milhões de pessoas mundo afora. Na avaliação de Béder, esse produto tem comprometido os avanços conquistados nos últimos 20 anos no enfrentamento ao tabagismo no Brasil.

O cigarro  eletrônico ele tem partículas que causam câncer, ele tem nicotina em altos volumes, ele causa dependência intensa, então, ele não é uma forma de fugir do cigarro. Então, a gente está trazendo isso aqui para alertar a sociedade que esse dispositivo é um risco, que esse dispositivo parece inofensivo e não é, e que esse dispositivo vai trazer problemas, doenças graves, incluindo o câncer para a população, mais à frente.”

Coordenadora das promotorias de Defesa da Saúde do Ministério Público de Pernambuco, Helena Capela acentuou que a comercialização, a importação e a publicidade de cigarros eletrônicos são proibidas no Brasil desde 2009. Neste ano, a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, reforçou a proibição da venda e uso em locais públicos e privados e ampliou as medidas de fiscalização.

O relatório que foi elaborado pela Anvisa destacou alguns pontos. Que houve aumento no fumo entre jovens nos países em que a comercialização foi liberada, como Estados Unidos e Reino Unido, inclusive crianças e adolescentes.”

Já Liziane Ferreira, da Apevisa, Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária, demandou a contratação de mais fiscais sanitários para fazer cumprir a proibição. Médico e integrante da Associação Crônicos do Dia a Dia, Mário Moreira contou que perdeu os pais por doenças relacionadas ao tabagismo e que ele próprio, mesmo sem nunca ter fumado, se tornou paciente de doença pulmonar devido ao consumo passivo. “Ou a gente começa a pensar que um ato individual pode prejudicar o ato coletivo ou a gente vai estar patinando nas questões de saúde como um todo.”

Diretor Geral de Atenção Primária da Secretaria de Saúde do Estado, Leandro Lima expôs ações relacionadas ao Plano Nacional de Controle do Tabagismo adotadas nas unidades de saúde. Também falou sobre ações dentro do programa Saúde na Escola, de conscientização e  prevenção do tabagismo.

A deputada Socorro Pimentel, do União, lamentou a facilidade para se comprar esse tipo de produto, seja pela internet, nas entradas de boates ou na praia, e defendeu uma atenção maior sobre o tema nas escolas. Autor da iniciativa de realização do debate, o deputado Adalto Santos, do PP, enfatizou a necessidade de cobrar ações do Governo do Estado para combater o uso dos vapes.

Nós queremos, daqui para frente, cobrar o Governo do Estado, já que a lei existe, inclusive lei federal também, a proibição e a circulação desse cigarro que tem trazido um mal bastante grande da população de Pernambuco, tem aumentado também o índice de pessoas enfermas e doentes. Daqui para frente  nós vamos cobrar mais do governo a conclusão da lei e a fiscalização da lei.”

Adalto Santos também pediu apoio para o projeto de lei, de iniciativa dele, que estabelece punições para quem disponibilizar os dispositivos eletrônicos para crianças ou adolescentes. Os participantes também pediram uma regulamentação específica dos cigarros eletrônicos e de combate ao contrabando.

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