22/05/21
Por 247-blogfolhadosertao.com.br
O presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), governador do Piauí, afirmou que “o documento entregue nesta sexta-feira à Anvisa é o último que faltava”
Após a entrega do último relatório técnico à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Consórcio de Governadores do Nordeste acredita na aprovação rápida da Anvisa para a Sputnik V no Brasil.
O presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), governador do Piauí e coordenador da temática de vacinas contra a Covid-19 no Fórum Nacional de Governadores, afirmou que “o documento entregue nesta sexta-feira à Anvisa é o último que faltava”.
“Agora, esperamos que o órgão de vigilância sanitária brasileiro cumpra a Lei 14.124/21, que autoriza a importação excepcional de imunizantes já aprovados em outros países e dê seu parecer favorável para o uso da vacina Sputnik V no Brasil”, contou.
Segundo o governador, o documento comprova que a Sputnik V preenche todos os requisitos internacionais de segurança, eficácia na imunização e qualidade do produto, confirmados também pelo Comitê Científico Nordeste e por outros cientistas brasileiros.
“Mais vacina é tudo o que os brasileiros e brasileiras precisamos. Não é um jogo de palavras, é isso mesmo: vacinas já!”, acrescentou.
Já o governador da Bahia, Rui Costa, afirmou que, no ofício enviado à Anvisa, “foram respondidas todas as perguntas que a agência reguladora havia feito sobre a vacina”. Ele acrescentou ainda que foi anexado ao documento o relatório do comitê científico que apoia as ações dos governadores do Nordeste, dando mais subsídios para análise.
“Esperamos a aprovação imediata da Sputnik V. É uma luta que não vamos abrir mão porque, quanto mais rápido a gente vacinar a nossa população, mais rápido vamos reduzir o número de mortes e de pessoas internadas, e mais rápido voltaremos à normalidade social e econômica”, afirmou o governador baiano.
Os governadores do Consórcio do Nordeste alegam que a vacinação da população brasileira é medida urgente para o controle da pandemia, diante do aumento do número diário de contaminados e mortos, mas também pelo registro da chegada ao Brasil da nova cepa indiana do coronavírus no Maranhão, considerada ainda de maior letalidade.
O Consórcio Nordeste entende que o relatório técnico apresentado pelo Ministério da Saúde Russo, nesta sexta-feira, atende a todos os requisitos da Lei e demonstra os elementos técnicos que atestam a qualidade, a segurança e a eficácia da vacina. O documento cumpre integralmente os requisitos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho Internacional sobre Harmonização de Requisitos Técnicos em Produtos Farmacêuticos para Uso Humano (ICH, na sigla em inglês), razão pela qual espera a sua validação pela Anvisa, que já negou a importação da vacina russa por motivos políticos.
Sputnik V tem 1º lote fabricado no Brasil e será exportada a países vizinhos
A empresa farmacêutica brasileira União Química completou o primeiro lote da vacina contra o coronavírus Sputnik V, com ingredientes ativos e tecnologia fornecidos pela Rússia.
De acordo com executivos do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), o primeiro lote de 100 mil doses da fábrica foi embalado em caixas rotuladas em espanhol, apesar de não ter sido decidido quais países as receberão. Segundo o Instituto Gamaleya de Moscou, que desenvolveu a vacina, o imunizante foi embalado para envio na planta da União Química em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
A companhia informou nesta quinta-feira (20) que as doses serão exportadas para países vizinhos da América do Sul, pois o Brasil não aprovou o imunizante russo para uso doméstico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomendou a aplicação da Sputnik V sob o argumento de que a vacina contém vírus replicante (adenovírus capaz de reprodução, ou RCA), mas não chegou a fazer os testes necessários para barrar a importação do imunizante. Em consequência o órgão foi ameaçado de processo pelo fundo soberano da Rússia por difamação.
Executivo-chefe da União Química, Fernando Marques disse que Paraguai, Uruguai e Argentina estão interessados em comprar a vacina. A União Química poderá produzir oito milhões de doses por mês quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar seu uso no Brasil, disse ele à Reuters. O dirigente espera que a aprovação saia em junho, e sua empresa começará a produzir o ingrediente ativo em seu laboratório biomédico de Brasília, ao invés de importá-lo da Rússia.
O fundo russo disse que assinou contratos de produção da Sputnik V com 20 instalações de fabricação da Índia, Argentina, Coreia do Sul, China, Itália, Sérvia, Egito, Turquia, Belarus e Cazaquistão.
Por ora, a vacina já é produzida na Rússia, Sérvia, Egito, Turquia e Argentina, onde o primeiro lote de teste foi produzido no dia 20 de abril pelos Laboratórios Richmond, disse o fundo russo.
(Com Reuters)