15/05/21
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BRASÍLIA – Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou ao GLOBO que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de conceder habeas corpus para que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello fique em silêncio “não anula” a fala do militar à comissão parlamentar de inquérito. Segundo Renan, a CPI pleiteará que Pazuello deponha sobre a atuação de outras pessoas no governo, sem que produza provas contra si mesmo.
— A decisão do STF não anula a fala. O que queremos dele (Pazuello) é que, como importante testemunha, diga o que observou, nos outros, como ministro da Saúde e secretário executivo. Nos outros que participaram do ministério e das conversações — disse Renan.
— Com certeza, ao longo dos nossos trabalhos, alguém vai citar o ex-ministro. Mas não queremos que ele o faça, que ele se autoincrimine. Mas que dê testemunho do que presenciou ou não presenciou da conduta de terceiros — concluiu.
O presidente da CPI, Omar Aziz (MDB-AM), criticou a decisão do STF. Para ele, a possibilidade de Pazuello permanecer calado na comissão atrapalha as investigações:
— O Supremo tomou uma decisão para que o Senado abrisse a CPI. E agora um ministro do Supremo impede a gente de investigar — reclamou Aziz.
Malu Gaspar: Habeas corpus de Lewandowski coloca armadilha para Pazuello
O vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a CPI vai respeitar a decisão da Corte, e que buscará outros meios para investigar o ex-ministro.
— Recebemos a decisão do STF com serenidade e tranquilidade. Somos aqueles que decisões judiciais, mesmo quando contraditam a nossa vontade, devem ser respeitadas. É assim que funciona uma democracia. O senhor Eduardo Pazuello, lamentavelmente, se esconde atrás de um habeas corpus. Respeitaremos o seu direito. Ele tenha a certeza que não será apenas o seu depoimento o meio que buscaremos para obter a verdade – disse Randolfe, em vídeo divulgado nas redes sociais.