Dia Nacional do Forró celebra também o “supergênero” como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil

13/12/21
Por Germana Macambira
blogfolhadosertao.com.br

 

Declaração do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), eleva o forró à música do Brasil
Caminhada do Forró no Recife

Para o nordestino ‘caba da peste’, o forró é patrimônio desde que o “dois pra lá, dois pra cá” se tornou dança cadenciada por zabumba, triângulo e sanfona. E quando Gonzaga entrou nesse embalo – dizem que foi lá pelos idos anos de 1950, com “Forró do Mané Vito”, de autoria dele e do parceiro Zé Dantas – o negócio se agigantou e ganhou o Brasil todinho. Hoje, inclusive, se vivo o Rei do Baião estivesse, faria 109 anos.

Não à toa que a data que celebra o seu nascimento tornou-se, também, o Dia Nacional do Forró, porque o homem era/é a referência maior (e inconteste) da cultura nordestina.

Recentemente, no último 9 de dezembro, coube ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) elevar f-i-n-a-l-m-e-n-t-e o forró ao patamar de Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil – uma ‘pro forma’ necessária e justa, e que por unanimidade em reunião extraordinária do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan, reconheceu a expressão musical como um “supergênero” que abarca outras manifestações como o xote, o baião, o xaxado e quadrilha.

O pleito para o registro oficial e consequente legado histórico/cultural vem desde 2011, quando a Associação Cultural Balaio do Nordeste (PB) e centenas de forrozeiros ingressaram com o pedido, que culminou no título que salvaguarda e universaliza o forró, agora declarado (em papel timbrado), música do Brasil.

Garboso em seu gibão e chapéu de couro, abraçado à sanfona, Gonzaga decerto questionaria a serventia do título. Afinal, a partir de então o que há de ser diferente para o forró? Vai ganhar a notoriedade que lhe cabe e, assim como o samba, será universalizado como referência de sonoridade brasileira? É o que se espera, mas não necessariamente é o que vai acontecer, na prática. Faz tempo que “gonzaguear” o Brasil deixou de ser prioridade para o mercado fonográfico.

Programação Dia Nacional do Forró/Aniversário de Gonzaga

Live no Memorial Luiz Gonzaga
Para saudar o aniversário de 109 anos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o Memorial Luiz Gonzaga apresenta nesta segunda-feira (13), live em celebração à data, a partir das 18h.

Na ocasião, Jurandy da Feira, parceiro musical de Gonzaga, e Antiógenes Viana, pesquisador e colecionador da obra gonzaguiana, batem papo mediado por José Mauro de Alencar, diretor e pesquisador do Memorial. A conversa pode ser acompanhada no Instagram @memorialluizgonzaga.

O perfil no Instagram passou a compartilhar, desde a última sexta-feira (10), informações e curiosidades sobre vida e obra de Luiz Gonzaga. E durante a transmissão da live haverá sorteios de livros e CDs.

Relançamento do site ‘Luiz Lua Gonzaga’
O site luizluagonzaga.com.br será relançado nesta segunda-feira (13), em celebração ao aniversário do Rei do Baião. Criado por Paulo Vanderley, a página acomoda acervo de Gonzaga.

Leia também
• Salve o Rei do Baião, Luiz Gonzaga
• Mural “Batalha dos Guararapes”, do bairro de Santo Antônio, será tombado
• Forró é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil; Iphan votou por unanimidade

Deixe um comentário