17/04/23
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Nadiane Kênia, de 25 anos, foi agredida por dois policiais quando os procurou para pedir ajudar por achar que estava sendo perseguida
A Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) se pronunciaram, por meio de nota, sobre o caso Nadiane Kênia da Silva Ramos, de 25 anos, agredida por dois policiais militares no município de Primavera, na Zona da Mata Sul do Estado. O episódio foi registrado por câmera de celular.
A Corregedoria Geral da SDS informou que tomou conhecimento do vídeo através da imprensa e que irá instaurar procedimento preliminar para identificar os policiais militares em questão, além de apurar maiores informações sobre o fato. Já a PMPE, por meio de nota, afirmou que que a corporação não concorda com esse tipo de conduta e que vai investigar o comportamento dos policiais.
“Ratificamos que este tipo de procedimento, agressivo, exagerado e desproporcional, não condiz com a doutrina de abordagem policial, tampouco faz parte das orientações repassadas pela corporação à sua tropa”, registrou a PMPE.
As agressões a Nadiane ocorreram do lado de fora do Clube Municipal de Primavera, onde estava sendo realizado um show. As imagens captadas mostram a mulher levando socos e tapas no rosto, no meio da rua, em frente ao fórum de Primavera.
Nadiane contou ao portal de notícias g1 que havia ingerido bebida alcoólica e estava indo a pé para casa, na companhia do irmão, quando teve a sensação de que estava sendo perseguida e se aproximou de uma viatura para pedir ajuda.
Ao falar com os policiais, afirmou que havia sido companheira do sargento reformado da Polícia Militar João José Soares (João da Kombi), de 61 anos, assassinado a tiros na cidade, há um ano.
Segundo a mulher, ela estava chorando por pensar que vinha sendo seguida por bandidos que queriam matá-la. Ao se aproximar dos policiais e informar que era esposa de João da Kombi, contou Nadiane, um dos policiais disse: “Não, você era a rapariga!”, desceu da viatura e deu início às agressões.
Dentre outras imagens, o vídeo, mostra um dos agentes dando socos e tapas na cabeça de Nadiane, que, acuada, tenta se proteger com as mãos. Enquanto sofre as agressões, ela acaba sendo empurrada na direção de outro policial, que dá um tapa no rosto dela. A mulher contou, que além das agressões, os policiais também jogaram spray de pimenta nos olhos dela, antes de entrarem na viatura e ir embora.
Nadiane perdeu boa parte do deste domingo (16), tentando registrar queixa da agressão, mas só conseguiu no final da tarde. Primeiro, procurou a Delegacia de Primavera, que estava sem delegado de plantão. Foi orientada, então, a procurar a Delegacia de Vitória de Santo Antão, a mais de 60 quilômetros de Primavera; e depois a de Gravatá, a 55 quilômetros de onde ocorreram as agressões.
Conseguiu registrar a queixa na Delegacia de Gravatá e passou por exame de corpo de delito na UPA do município. Para conseguir chegar a Gravatá, Nadiane, acompanhada da mãe, da irmã e do padrasto, teve que alugar um carro.