Ipespe diz que Lula segue liderando com folga. Bolsonaro melhora avaliação
O fim da pandemia beneficia Bolsonaro e avaliação subiu um ponto percentual
O sociólogo Antônio Lavareda comentou, nesta sexta-feira, a mais recente pesquisa do Ipespe sobre a corrida eleitoral. Ele observa que, no front eleitoral, Lula segue liderando o primeiro turno, com os mesmos 43% da rodada anterior. Bolsonaro galgou um ponto e agora tem 26%.
“Bolsonaro colhe as alterações positivas”, afirma, ao se referir a temas investigados pelo levantamento.
No segundo pelotão, Moro aparece estabilizado, desde janeiro, com 8%. Mas nessa pesquisa sozinho em terceiro lugar, porque Ciro que ameaçava tomar dele essa posição perdeu um ponto e tem agora 7%.
No terceiro contingente vem à frente João Doria, mantendo-se com 3%, e Felipe D’Ávila, Simone Tebet e Janones com 1% cada um. O mesmo número que marca Eduardo Leite, de volta à lista uma vez intensificada a especulação de sua saída do PSDB.
Lavareda cita que Lula continua ganhando dos nomes testados no segundo turno. Lula tem 54% X 32% de Bolsonaro, que sobe um ponto em relação à quinzena anterior; 52% X 31%, Moro; 51% X 25%, Ciro; 54% X 18%, Doria; 55% X 17%, Eduardo Leite.
“O desempenho de cada candidato nas pesquisas é balizado de um lado pela rejeição dos eleitores, de outro, pelo potencial dos votos que têm – Soma dos que respondem que votariam “COM CERTEZA” ou “PODERIAM VOTAR” nele. É dessas fatias do mercado eleitoral – onde há muita superposição de atitudes positivas – que os postulantes extraem suas intenções de voto. Sem esquecermos que aqueles com elevada taxa de desconhecimento, ou grande rejeição, competem em segmentos bem menores”, analisa, em informa ao blog.
O ranking nesse aspecto, faltando cerca de sete meses até a eleição, e enquanto ainda há diferenças importantes no grau de conhecimento, é o seguinte:
POTENCIAL DE VOTOS
Lula 57%
Ciro 48%
Moro 40%
Bolsonaro 35%
Doria 31%
Eduardo Leite 22%
Simone Tebet 17%
Alessandro Vieira 10%
André Janones 9%
Felipe D’Ávila 9%
Em torno das superposições, o estudo explica que Ciro é a segunda opção de grande parte dos eleitores de Lula. Assim como Moro é a segunda preferência do maior contingente de eleitores bolsonaristas. É isso que explica o ranking do Potencial não ser igual ao das intenções de voto.
Aprovação ou desaprovação
Lavareda observa que a avaliação melhorou.
O “ÓTIMO/BOM” oscilou positivamente um ponto, para 25%. E a negativamente recuou na mesma proporção. “RUIM/ PÉSSIMO” é de 53%.
“Esses movimentos, contudo, se dão no interior das categorias mais amplas de “Aprovação/Desaprovação”, quadro que praticamente não mudou: 31% X 63%. O primeiro número- Aprovação- exatamente igual ao da pesquisa anterior, e o segundo- desaprovação- um ponto abaixo”, afirma.
Fim da pandemia beneficia Bolsonaro
À MEDIDA QUE CAI O MEDO DA PANDEMIA, A AVALIAÇÃO ESPECÍFICA DO PRESIDENTE NESSE TEMA SOBE UM POUCO. O “O/B” VAI DE 23% A 25%. O percentual dos que disseram estar com “muito medo” caiu sete pontos, de 30% para 23%. A reprovação cedeu menos, de 57% para 56%.
Economia
AVANÇA MAIS UM POUCO NESSA QUINZENA – DE 27% A 29% – A PERCEPÇÃO DE QUE A ECONOMIA CAMINHA “NO RUMO CERTO”. E MANTEVE-SE EM 63% A AFIRMAÇÃO CONTRÁRIA – VAI “NO RUMO ERRADO”. Esse movimento de recuperação, iniciado em novembro, corre o risco de ser atropelado pelos desdobramentos do agravamento da crise da invasão da Ucrânia iniciada ontem, que interrompeu a valorização do real frente ao dólar, trouxe ao radar um aumento dos combustíveis, e ameaça frustrar as projeções de queda mais rápida da inflação.
ELEITORADO BRASILEIRO É PREDOMINANTEMENTE CONSERVADOR
MAIORIA É CONTRÁRIA À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO (69% X 29%) E À LIBERALIZAÇÃO DAS DROGAS (75%X 22%). AGENDA CONSERVADORA INCLUI AINDA ELEVADO APOIO À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL (72% X 24%). As opiniões ficam mais equilibradas quando se trata da adoção da Pena de Morte (contrários, 53% e favoráveis, 43%). A liberalização do Porte de Armas, defendida pelo presidente e seus aliados, é rechaçada pela sociedade: 62% contra 36% favoráveis.
OPINIÃO PÚBLICA APOIA REALIZAÇÃO DE PLEBISCITOS PARA DEFINIR TEMAS CONTROVERSOS. Embora uma sólida maioria seja contrária ao aborto, 49% acreditam que a população deveria se pronunciar diretamente sobre a questão, contra 47% que não concordam com isso. O mesmo ocorre em relação às outras questões. O único tópico face ao qual o maior contingente (56%) não admite o plebiscito é a liberalização das drogas. Ainda assim esse número é bem menor que o dos que são contrários à liberalização (75%).