A gestora destacou a missão internacional de 15 dias
Acompanhada dos secretários da Casa Civil e Comunicação, Túlio Vilaça e Rodolfo Costa Pinto, respectivamente, a gestora foi recebida pelo presidente do Grupo EQM, do qual a Folha de Pernambuco faz parte, Eduardo de Queiroz Monteiro; pela vice-presidente do jornal, Mariana Costa; pelo diretor-executivo, Paulo Pugliesi; pelo diretor operacional, José Américo; e pela editora-chefe da Folha, Leusa Santos.
Também participaram do encontro a gerente geral da Rádio Folha 96,7 FM, Marise Rodrigues, as colunistas Roberta Jungmann e Patrícia Raposo, o radialista Tarcísio Regueira (o Bocão), a gerente administrativa da Folha, Ivone Palácio, a gerente de mercado, Tânia Campos, e demais jornalistas.
Na Folha, a governadora de Pernambuco destacou a missão internacional de 15 dias, com passagens por China e Dinamarca.
Nos países, Raquel Lyra participa, junto com uma comitiva que inclui o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, de agendas para assegurar e ampliar investimentos para Pernambuco.
“Agradeço a possibilidade que a gente tem de debate aberto, construtivo, de olhar para frente, a liberdade de poder falar, conversar, ser entrevistado, de prestar contas, mas de uma maneira muito justa. A gente tem tido sempre a oportunidade de posicionar o governo do estado de Pernambuco”, destacou a governadora.
Eduardo de Queiroz Monteiro parabenizou a governadora Raquel Lyra e destacou o bom relacionamento com a gestora e seu secretariado.
“Eu estou muito feliz com essa visita. A governadora tem sido extraordinária em relação à relação que ela guarda conosco. Do ponto de vista institucional, a gente tem que fazer um justíssimo registro da participação que o Túlio [Casa Civil] teve nessa construção. Túlio foi quem madrugou lá atrás para que a gente tivesse uma relação construtiva, parceira. E eu tenho que dizer que se estendeu a todos os secretários. Rodolfo [Comunicação] tem conosco a melhor relação e o seu conjunto de secretários, mas eu queria dizer da centralidade que tudo teve nessa construção”, declarou o presidente do Grupo EQM.
China
Na China, estão previstas passagens pela cidade de Chengdu, em Sichuan, pela capital Pequim e por Xangai.
A gestora deve ter contato com empresas dos setores de infraestrutura, tanto de estradas, quanto de portos e ferrovias, além de empresas de tecnologia voltada para o setor energético, celulose, maquinário agrícola e de uma fabricante de trens.
O setor produtivo de Pernambuco será apresentado ao empresariado chinês. A viagem também busca novas conexões entre portos chineses e o Porto de Suape. A busca por oportunidades de negócios com a China acontece no momento em que o país enfrenta uma sobretaxa de 100% imposta pelos Estados Unidos, e que deve vigorar a partir de novembro.
No país oriental, também estão previstas reuniões para negociar a venda de açúcar e de frutas produzidas no Vale do São Francisco.
“Sobre energia sustentável, o Nordeste brasileiro é bola da vez, porque a gente tem sol, porque a gente tem vento, mas a gente precisa agregar valor à tudo aquilo que é produção de energia, trazendo indústria, trazendo sempre o ponto seguinte, para que a gente não seja meros fornecedores de commodity, que já é importante pela capacidade de produzir energia, mas que a gente possa atrair para cá investimentos que dialogam com esse tipo de energia”, destacou Raquel.
Compesa
Ainda na China, Raquel Lyra irá ao New Development Bank (Banco do Brics), presidido pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, onde buscará investimentos para a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). O leilão de concessão da empresa deve acontecer em dezembro.
“Eu estarei no Brics. A gente tem um contrato de empréstimo de operação de crédito junto à Companhia Estadual de Saneamento, de R$ 1,1 bilhão. Estamos há 3 anos negociando o plano de trabalho com eles. O contrato já está assinado. A expectativa é que nós estejamos lá no dia 22 e a diretoria do banco já está confirmada e estamos aguardando se há confirmação ou não da presidenta Dilma de poder nos receber para que a gente possa finalmente aprovar o plano de trabalho”, informou a governadora.
Dinamarca
No segundo destino, a Dinamarca, onde desembarca no dia 23, a governadora vai conhecer a APM Terminals e Maersk, empresa que está investindo R$ 2 bilhões na construção de um novo terminal de contêineres no Complexo Portuário Industrial de Suape, e também irá à European Energy, que vai instalar uma planta de produção de E-metanol no complexo.
Em Copenhague, a comitiva fará uma palestra sobre os atrativos comerciais da América do Sul, buscando fortalecer o setor sucroenergético no estado. Deve dialogar com empresas dos segmentos de energias renováveis, infraestrutura, de água e saneamento e tecnologia, com foco, também, na aplicada à indústria de óleo e gás.
“Vamos à Dinamarca, visitar lá a European Energy, que é a empresa que vai instalar uma planta aqui em Pernambuco. Já estamos com arrendamento feito, com licença concedida. O cronograma deles era implantar a primeira planta deles na Europa, de E-metanol, na Dinamarca, em dezembro do ano passado, e começou a funcionar. E o investimento que vem para cá é três vezes maior do que o que tem lá”, destacou Raquel.
Ainda de acordo com a governadora, o local elevará a capacidade produção de combustível verde. “A gente entra numa rota muito positiva, dialoga com a nova economia, garante investimento voltado para a sustentabilidade, mas trabalhando uma cadeia completa, com essa planta de E-metanol, traz novas rotas marítimas para cá”, apontou a governadora.
Prioridades
Durante visita à Folha, a gestora também destacou as três prioridades da gestão estadual apresentadas ao presidente Lula, em reunião em janeiro de 2023: Transnordestina, retomada da Adutora do Agreste e o Metrô do Recife. E detalhou o andamento de cada uma delas.
Transnordestina
“A Transnordestina, o edital deve sair agora em outubro, depois de muita luta, tem R$ 400 milhões no orçamento e a retomada será como obra pública, mas ela foi retirada do mapa no final de 2022 e do contrato, inclusive, da própria Transnordestina. E não foi fácil colocar de volta. Houve necessidade de grande mobilização, mas mais do que tudo de um diálogo olho no olho e o presidente decidiu retomar porque não se trata de um mero cálculo empresarial. Se trata de uma estratégia de desenvolvimento do Nordeste brasileiro do ponto de vista logístico”.
“A gente precisa de ferrovia, precisa de multimodal. E agora a Transnordestina volta. O compromisso do ministro Renan Filho é que esse edital seja lançado ainda durante o mês de outubro. A expectativa é dia 29 ou 30 de outubro. E aí a obra retomada, quando a gente botar o primeiro quilômetro de Dormentes, eu tenho certeza de que a gente consegue garantir novas perspectivas de investimento para frente”, afirmou a governadora.
Adutora do Agreste
“A Adutora do Agreste é realidade. A retomada da obra em ritmo acelerado está acontecendo. A gente mudou a estratégia da obra porque ela não entregava água nas cidades. Pela estratégia colocada, era de finalizar primeiro para depois fazer uma grande estação de tratamento de água, e a gente mudou a estratégia para poder ao longo do caminho já ir entregando água nas cidades por onde ela passava. Caruaru recebeu, São Bento do Una vai receber agora, Bezerros, Brejo da Madre de Deus, Gravatá, entre novembro e dezembro vai tá chegando. E aí, com a chegada de um bypass que nós estamos fazendo, a gente vai conseguir levar água para região onde hoje é abastecida por Jucazinho, que colapsou”, afirmou Raquel Lyra.
Metrô do Recife
“Já existia um estudo de concessão do metrô anterior a nós, pelo BNDES. Esse estudo foi retomado e a gente foi num desenho muito fino para que a gente pudesse compreender qual era o nível de investimento necessário, qual era o nível de subvenção necessária para pôr o metrô de pé e como que se daria a operação. Eu coloquei o estado de Pernambuco como parte da solução para isso. E a visita lá é numa perspectiva de a gente poder antecipar investimentos antes de se desenhar efetivamente o processo de concessão. Pedimos ao governo federal que antecipasse o investimento da ordem de R$ 1 bilhão”, afirmou Raquel.
“A gente tem a perspectiva de encomenda de dois trens, pelo menos. Esse é o nosso pedido. E a gente já fez contato aqui, visitando quem produz no Brasil, e agora vamos visitar a China para compreender os prazos de entrega, e a gente poder antecipar essas entregas para o povo de Pernambuco, porque o metrô do Recife carece de urgência. Então, a nossa meta é poder trabalhar a reforma das estações de maneira urgente. Já tem sido feito investimentos da ordem de R$ 80 milhões em trens, para nas áreas de maior risco, a gente não ter descarrilamento. Isso foi tudo pactuado na mesa grande que a gente sentou com o governo federal, com a própria CBTU, com o Ministério das Cidades, com Ministério da Casa Civil e a gente poder agora ter esses investimentos que olham pra frente”, pontuou a gestora.
“A perspectiva é que tenha algo em torno de R$ 3,5 bilhões para a gente poder ter uma operação para garantir os investimentos necessários para que o metrô do Recife fique de pé. E o aporte de subvenção que ficaria a cargo do governo de Pernambuco, estimado em algo anual em torno de R$ 80 milhões, mas a gente quer antecipar esse investimento para poder ter uma resposta mais rápida”, destacou a governadora de Pernambuco.