Na Região Metropolitana: Donos de imóveis de prédios condenados cobram novo cadastro e atualização das indenizações

23/09/25

Ascom Alepe
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Existem inúmeras outras unidades que também estão interditadas e que não estão nessa lista e uma das buscas dos mutuários é justamente que sejam incluídos outros imóveis. E que também outras unidades, que estão em outras cidades – e aí com relação a casas – que sejam feitos novos mutirões. A gente acredita que a forma, de fato, de resolver é que mais pessoas sejam indenizadas e que mais pessoas tenham a solução definitiva dos seus processos e da situação da moradia.”

Outra reivindicação é relativa ao valor da indenização. Para Elivânia Santos, presidente da Federação das Associações de Moradores dos Núcleos de COHAB e Similares no Estado de Pernambuco, a compensação prevista do Cheque Esperança não atende às necessidades dos mutuários.

Deste valor que eles estão recebendo, de 120 mil reais, estão tirando para pagar aluguel, porque não conseguem tirar outra unidade. A grande maioria são pessoas de idade, estão fora do mercado, existe a burocracia para comprar outra unidade, e eles estão sendo impedidos de comprar outra unidade. É lamentável. Do Minha Casa Minha Vida, hoje, o mais barato que tem é R$ 240 mil.”

Para Elivânia, a legislação aprovada no Congresso Nacional que criou o programa Cheque Esperança beneficiou principalmente as seguradoras, que devem indenizações pelos vícios construtivos.

Representantes de conjuntos habitacionais nos bairros de Arthur Lundgren II, em Paulista, Rio Doce, em Olinda, e Curado, no Recife, também questionaram a falta de articulação entre Governo Federal, estadual e prefeituras no processo de interdição de imóveis. Uma das queixas, por exemplo, é de que moradores que têm seus prédios interditados não estão recebendo assistência das prefeituras, e ainda sofrem com furtos nos apartamentos logo após a interdição.

O coordenador da Frente Parlamentar da Moradia Popular, deputado João Paulo, do PT, quer que o Legislativo pernambucano faça parte da mobilização política para trazer justiça aos moradores prejudicados:

Um processo extremamente injusto de famílias que já foram deslocadas dos setores urbanos mais perto do centro, foram jogados na área de periferia com a esperança de ter uma casa própria, mesmo sendo distante do centro, distante do seu trabalho e a injustiça agora de nem pagar uma justa indenização e muitos que estão desesperados, porque muitos prédios estão ameaçados e ainda não tem uma solução. ”

Nos prédios-caixão, as próprias paredes sustentam a estrutura, sem a presença de vigas. Construções desse tipo foram muito utilizadas principalmente na década de 1970, mas a técnica é considerada inadequada para o tipo de terreno predominante no Grande Recife. Dois desabamentos de imóveis já interditados mataram 20 pessoas em 2023. Elas haviam ocupado as unidades após a interdição.

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