Lula diz que Brasil não “abaixará a cabeça” e concentra ataques em Eduardo Bolsonaro

12/07/25

Agência O Globo

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Em entrega de benefícios a afetados pela tragédia de Mariana, presidente critica tarifa de Trump e diz que é querido por outros presidentes porque não sabe “conversar sem fazer cafuné na cabeça das pessoas”
Nesta sexta (11), Lula voltou a criticar a tarifa comercial de 50% imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O principal alvo de Lula foi o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que defendeu a retaliação americana ao processo contra seu pai, Jair Bolsonaro.

Qual razão ele (Trump) aponta a taxação? Primeiro com base na mentira, porque EUA não é deficitário com o Brasil. Segundo, qual a lógica dele? A coisa (Jair Bolsonaro) mandou o filho, que era deputado, se afastar da Câmara para ir la ficar pedindo “Ô Trump, pelo amor de deus, solte meu pai, não deixa meu pai ser preso”. É preciso essa gente criar vergonha na cara — afirmou Lula, em evento na cidade de Linhares (ES) para entrega de cartão de transferência de renda para 20 mil pescadores e 13 mil agricultores atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, há 10 anos.

Novos ataques de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender nesta sexta-feira o ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que ele está sendo tratado de maneira “muito injusta” no Brasil. Em entrevista a jornalistas antes de embarcar para o Texas, Trump sinalizou a possibilidade de conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “em algum momento”.

— Eles estão tratando o presidente Bolsonaro de maneira muito injusta. Eu o conheço bem, negociei com ele. Um negociador duro e um homem honesto — afirmou Trump, sem citar diretamente os processos judiciais enfrentados por Bolsonaro, que é investigado por tentativa de golpe de Estado e fraudes em cartões de vacinação durante a pandemia.

A fala de Trump ocorre poucos dias após ele anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, sob o argumento de proteger a indústria americana. A medida gerou reações imediatas do governo Lula, que cogite adotar a Lei da Reciprocidade. Ao ser questionado se manteria diálogo com o governo brasileiro, o republicano afirmou:

— Talvez eu fale com o Lula em algum momento. Vamos ver o que acontece — disse, encerrando o assunto sem dar mais detalhes.

Os aliados do Palácio do Planalto têm obtido sucesso nas redes ao tentar responsabilizar Bolsonaro pela crise. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que aqueles que apoiam as tarifas impostas por Trump estão traindo os interesses do Brasil.

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