14/02/25
Por Ricco Viana
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1-Faltam registros sobre 13 mortos ou desaparecidos da Ditadura Militar em cemitérios do Recife, diz Comissão
2-Além do encontro, na sede da OAB-PE, o grupo realiza reunião ordinária nesta sexta-feira (14)
“O número de desaparecidos e mortos, proporcionalmente ao tamanho do Estado, é o maior do país. Nós temos documentado 51 pessoas (mortas/desaparecidas) de algum modo relacionadas a Pernambuco”, afirmou.
Na audiência, foram apresentados os resultados da identificação de nove mortos ou desaparecidos no Cemitério Santo Amaro. Entre essas vítimas, três não constavam nos livros de registro de óbito. Além disso, outras dez pessoas foram identificadas no Cemitério da Várzea, todas sem registro oficial.
Diante dessas informações, a comissão recomendou novas diligências nos cemitérios da Várzea, Santo Amaro e Parque das Flores, além do diagnóstico sobre os corpos que foram devolvidos às famílias e as circunstâncias dessas devoluções. Também foi sugerida a prorrogação do prazo de dois anos para a realização de exumações administrativas. Além da audiência desta quinta-feira, também haverá uma reunião ordinária, amanhã, na capital pernambucana.
JK
A comissão iniciou a análise para a possível reabertura da investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek. O tema será debatido na reunião ordinária desta sexta-feira (14), em Recife (PE) e deve ter uma definição em maio, na próxima reunião da comissão, que acontecerá em Porto Alegre (RS).
A relatora do caso, Maria Cecília de Oliveira Adão, afirmou que está recebendo os documentos que justificam a reabertura do caso.
“A gente vai deliberar sobre isso na reunião ordinária de amanhã. Não posso dar detalhes, mas o que tenho feito é pesquisar sobre o tema e verificar a documentação existente, para a partir daí embasar nossa análise”, declarou.
Eugênia Gonzaga explicou que houve um pedido formal de reabertura do caso e que o processo segue o rito da comissão. “Como nós acatamos todos os pedidos de reabertura, ele será analisado. Não significa que ele já foi acatado”, disse. Segundo ela, a análise ocorrerá entre uma reunião e outra, sem um prazo definido, mas com expectativa de retorno em breve. Caso a reabertura seja aprovada, o caso será incluído na lista da Comissão Nacional da Verdade.
Memória
Durante a audiência, a professora Vera Paiva, filha do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido político durante a ditadura militar destacou a importância de manter viva a memória das vítimas. Sua família, sob o olhar de Eunice Paiva, foi retratada no premiado filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que aborda as perseguições políticas do período.
“Para nós é uma honra ter tido a sorte de ter uma cinegrafia do Walter Salles e a maravilha de atores e atrizes ali, um trabalho super delicado. É difícil para nós, não pensem que é fácil. Pois estamos muito expostos, revendo coisas e lembrando de coisas. Mas que seja em benefício disso que estamos vendo aqui. Resta que a verdade reapareça”, disse.
Membro da comissão, a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) falou que a comissão protege o Brasil de futuros ataques à democracia.
“O processo, no Brasil, da eleição de Bolsonaro e a defesa de pautas abjetas, como torturadores e assassinos, é consequência do trabalho que não foi feito sobre o que aconteceu na época da ditadura militar”, disse.
Comissão
A CEMDP é composta por sete membros, entre representantes do governo e familiares de vítimas do regime militar. Atualmente, integram a comissão a presidente da CEMDP e procuradora regional da República de São Paulo, Eugênia Gonzaga; a deputada federal pelo PT do Rio Grande do Norte, Natália Bonavides; a familiar de desaparecida política, Diva Santana; a familiar de desaparecido político, Vera Paiva; e a professora universitária, Maria Cecília Adão.
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