Proteção ambiental e mitigação de tragédias naturais dependem da tecnologia, que precisa se popularizar

22/06/24

Barbara Acácia Cristiano
http://blogfolhadoseertao.com.br

Preservação de biomas, monitoramento de áreas naturais, combate a crimes ambientais, tecnologias disponíveis, dentre outros assuntos foram abordados no 2º Encontro Nacional de Usuários RedeMAIS 2024

Esquerda para direita: Camila Pintarelli, Diretora de Gestão do Fundo Nacional de Segurança Pública – SENASP; Mário Luiz Sarrubbo, Secretário Nacional de Segurança Pública – SENASP; Andrei Augusto Passos Rodrigues, Diretor Geral da Polícia Federal – PF;

A proteção do meio ambiente e a mitigação de tragédias naturais são dois grandes desafios que o mundo – e o Brasil – precisa superar. Mas, para isso, torna-se fundamental ampliar e popularizar a utilização da tecnologia, em especial o uso do monitoramento via satélite e dos alertas de detecção de mudanças ambientais.
Essa foi a conclusão do primeiro dia do 2º Encontro Nacional de Usuários RedeMAIS, realizado nesta terça-feira (18), em Brasília, que contou com a presença de diversas autoridades, especialistas, representantes de órgãos ambientais e de segurança pública, dentre outros.
“Utilizar a tecnologia satelital é muito caro, o que limita o seu uso. Entretanto, a RedeMAIS veio para quebrar esse paradigma, pois ela permite que as instituições públicas, em todos os níveis, tenham acesso a essa tecnologia”, explica o perito criminal federal da Polícia Federal e Gestor do Programa Brasil MAIS, Cristiano da Cunha Duarte. “Nosso objetivo, inclusive, é popularizar esse uso”, finaliza.
Programa Brasil MAIS (Meio Ambiente Integrado e Seguro) é um dos projetos estratégicos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), da Polícia Federal e do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Por meio da RedeMAIS, são disponibilizadas, via Plataforma Web, o acesso e o compartilhamento das imagens de satélites diárias de alta resolução, adquiridas pela constelação PlanetScope e alertas de detecção de mudanças, a partir de contrato firmado entre a Polícia Federal e a SCCON Geospatial.
No evento, mais de 120 instituições, entre elas IBAMA, Polícias Ambientais, INCRA, ICMBio, dentre outras, puderam apresentar como estão utilizando a tecnologia no combate de crimes ambientais, fiscalização e, até mesmo, apoio em caso de desastres naturais, como os que atingiram o Rio Grande do Sul, em maio.
Um bom exemplo desse uso vem das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, que já estão totalmente inseridas na RedeMAIS. “Na percepção dos órgãos estaduais não é possível combater os crimes ambientais sem a utilização da tecnologia. O evento de hoje marca essa mudança de realidade”, destaca Mauren Lazzaretti, Presidente da ABEMA e Secretária de Meio Ambiente do Mato Grosso. “O Estado do MT foi um dos primeiros a aderir a RedeMAIS e tem tido resultados práticos”, finaliza.
Mas, apesar disso, ainda existe um caminho longo a ser percorrido, com uma adesão ainda maior. “A RedeMAIS permite uma ampliação das oportunidades para as instituições, mesmo em regiões com grande restrição orçamentária. Com a tecnologia, há um aumento da eficiência, uma melhor articulação estratégica e uma maior facilidade para desenvolver projetos juntos, comparar análises feitas, dentre outras possibilidades”, explica Iara Musse Felix, CEO da SCCON Geospatialempresa que fornece os alertas.
O assunto ganhou tanta relevância que o próprio Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, participou da abertura e declarou que “trata-se de um programa ambicioso, integralmente financiado pelo Ministério da Justiça. Estamos usando altíssima tecnologia para monitorar todo País em alta resolução por meio de satélites, que estão à disposição da sociedade brasileira, para lidar com esse desafio climático e o crime organizado. A única forma de enfrentarmos esses desafios é usando a ciência e a tecnologia”.

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