Cultura popular: “Capiba, pelas ruas eu vou”, do Aria Social, volta aos palcos com novas sessões em junho

01/06/24

Ascom Aria Social

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O musical que conta a trajetória do compositor pernambucano Capiba terá sessão única no Teatro RioMar e mais quatro apresentações no Teatro Santa Isabel

Crédito: Alícia Cohim

O espetáculo “Capiba, pelas ruas eu vou”, do projeto Aria Social, retorna com força total aos palcos de Recife neste mês de junho. Em cena, 45 talentosos bailarinos-cantores e 19 músicos trazem a história de Capiba à vida, em um espetáculo que abraça diversas linguagens artísticas com muita inovação e criatividade. Música, canto coral e dança se cruzam com teatro, cinema e fotografia, traçando um mosaico que reflete a multifacetada obra de Capiba. O musical se apresenta no dia 06 de junho, no Teatro RioMar, a partir das 20h. Já as sessões no Teatro Santa Isabel acontecem nos dias 13 e 14 de junho, a partir das 19h30, no dia 15 de junho às 19h, e no dia 16 às 17h.

Como de praxe, haverá uma sessão extra para as escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, no dia 14 de junho, às 16h. “Estamos muito felizes em atingirmos um recorde de público, em nossa décima temporada, com um espetáculo aclamado até então por cerca de 14 mil espectadores, em 30 espetáculos. Convidamos o público a viver conosco essa experiência inesquecível e se surpreender com a riqueza musical e o legado da obra de Capiba”, diz a bailarina, presidente do Aria Social e diretora-geral do espetáculo, Cecília Brennand.

Desenvolvido com o objetivo de valorizar a rica e plural cultura pernambucana, “CAPIBA, pelas ruas eu vou”, narra a jornada do compositor pernambucano Lourenço da Fonseca Barbosa (1904-1997), mais conhecido como Capiba. Nascido em Surubim, no Agreste pernambucano, em 28 de outubro de 1904, ele foi filho de um mestre de banda e aprendeu a ler partituras antes mesmo das palavras. Após morar na Paraíba, Capiba se mudou para Recife aos 26 anos, onde trabalhou no Banco do Brasil e cursou a Faculdade de Direito do Recife, embora nunca tenha exercido a advocacia. Sua primeira composição de sucesso foi a “Valsa Verde” em 1931.

Através de frevos dos anos 30, valsas apaixonadas, sambas, maracatus, cirandas, marchas e ópera, a história é tecida em apresentações ao vivo, com uma orquestra de câmara, projeções de cinema e fotografias, que surpreendem e oferecem ao público uma experiência inesquecível. “Lourenço da Fonseca Barbosa é um artista pernambucano que o Brasil precisa conhecer. Apesar de sua figura tímida e melancólica, ele foi capaz de arrastar multidões nos carnavais de Pernambuco, tornando-se um músico atemporal, cuja obra continua a ressoar através das décadas”, diz a coreógrafa e diretora artística do espetáculo, Ana Emília Freire.

Processo da direção Musical

Segundo Rosemary Oliveira, diretora, maestrina e vice-presidente do Aria Social, o repertório foi escolhido em cima de muitas pesquisas na obra de Capiba. “Criar arranjos musicais para soprano, contraltos, tenores e baixos de músicas que são cantadas em uníssono pelas multidões no carnaval ou por grandes intérpretes (solistas) de Capiba foi desafiador”, diz.

Durante esse processo, a maestrina obteve uma compreensão mais profunda da música do autor. “Em todos os arranjos eu sempre procurei preservar a harmonia, as características principais do compositor e a forma como ele compôs. Esse processo criativo supera o que qualquer livro de orquestração, instrumentação ou notação musical possa oferecer, porque você tem que criar um arranjo em cima de um sentimento que já foi vivido por um compositor”, explica.

Readaptar a grande missa armorial a esse roteiro musical talvez tenha sido o maior desafio.  A decisão de realizar a missa em latim foi com intuito de preservar a criação de Capiba e para a orquestra de câmara foram criados arranjos novos. “Trouxemos o professor especialista em latim para trabalhar a pronúncia correta das letras com todo o elenco, assim também as traduções para que todos pudessem ter a consciência do que estavam cantando”, relata Rosemary. Os professores de canto do Aria Social, Rodrigo Lins e Gleyce Vieira, foram fundamentais para trabalhar a técnica vocal junto com eles.

Para Rosemary, o apoio de Cecília foi imprescindível no roteiro musical. “Mesmo sendo bailarina ela tem uma sensibilidade musical incrível e isso contribuiu muito na decisão do repertório final”, comenta.

Coreografia: criatividade com intenção e significado profundos

Crédito: Alícia Cohim

A coreógrafa e diretora artística do espetáculo, Ana Emília Freire conta que, no processo criativo da coreografia, o mais importante é que cada gesto e movimento carregue uma intenção e um significado profundos. “Não se trata apenas de criar formas esteticamente agradáveis, mas de compor cada passo com emoção e propósito, comunicando através dos movimentos a essência de cada cena e de cada música da obra”, afirma.

Segundo Ana Emília, para que a coreografia reflita verdadeiramente o espírito do musical, foi fundamental envolver os bailarinos e cantores do Aria Social no processo criativo. “Para dar autenticidade e veracidade aos movimentos, primeiro extraí deles suas próprias emoções, interpretações e sentimentos em relação à música e à identidade de Capiba. Em seguida, os incentivei a trazer suas experiências pessoais para a coreografia. Isso cria uma camada adicional de autenticidade e profundidade na performance, tornando-a mais envolvente e impactante para o público”, explica.

O tempo e o percurso da riqueza musical de Capiba são as chaves do espetáculo. Transitando do preto e branco das velhas fotografias às cores vibrantes da bandeira pernambucana, a jornada musical de Capiba é entrelaçada com a história cultural de Pernambuco, mostrando como suas composições influenciaram e foram influenciadas pelo cenário ao seu redor. “Ao focar na intenção e no significado de cada gesto, criamos uma coreografia que não apenas entretém, mas também toca o coração e a mente do público, conduzindo-o por uma jornada emocional e reflexiva através da dança”, destaca Ana Emília. O renomado ator Tuca Andrada assumiu a direção teatral, o que não só trouxe prestígio, mas também uma troca de experiências e vivências extremamente enriquecedoras para o elenco.

O processo criativo do figurino

Ainda sobre o processo de criação do musical, a figurinista do Aria Social e responsável pelos figurinos da obra, Beth Gaudêncio, explica que ele sempre acontece de maneira intuitiva e isso faz a diferença. “A grande inspiração para todos os meus figurinos até agora tem sido a música. O roteiro também é muito importante, pois funciona como um mapa o qual devo seguir. A música representa o sentimento. Quando escuto a música, ela já traz o pacote completo, entre aspas. Traz a cor, textura e volume”, diz.

Além de contribuir na criação do figurino do musical, Beth Gaudêncio revela que, ao contemplar o impacto do musical, percebe que ele não se limita somente à expressão artística para os alunos do Aria Social, mas os ensina sobre a cultura pernambucana e como isso reflete neles enquanto indivíduos.

“Ao investir no desenvolvimento artístico de cada aluno, não apenas os capacitamos em técnicas de dança e canto, mas também cultivamos sua autoconfiança, comunicação e compreensão do mundo ao seu redor. Esse cruzamento de habilidades proporciona aos jovens uma experiência enriquecedora que vai além, pois oferece-lhes a oportunidade de compreender o verdadeiro significado da arte e os toca em sua essência mais profunda”, comenta a figurinista e bailarina que tem uma história de mais de 40 anos com Cecília, além de terem dançado juntas desde os 16 anos. Beth assina os figurinos dos maiores espetáculos realizados pelo Aria desde o seu início. “Ela será uma das nossas grandes homenageadas, na sessão de 15 de junho, no teatro de Santa Isabel”, revela Cecília.

Estreia em São Paulo

Em agosto, o musical se apresenta pela primeira vez em São Paulo com sessões no Teatro Santander, nos dias 05 e 06 de agosto, e no Teatro Frei Caneca, em 13 e 14 do mesmo mês. “Estamos felizes em levar nossa cultura para São Paulo de forma tão grandiosa e com isso fortalecê-la, pois para nós Capiba não é só uma grande personalidade de Pernambuco, mas um bem patrimonial de todo o Brasil”, afirma Cecília.

“CAPIBA, pelas ruas eu vou” conta com a direção geral de Cecília Brennand. Direção musical, regência e arranjos de Rosemary Oliveira, que também atua no espetáculo como maestrina, violonista e pianista. Concepção, direção artística e coreografia de Ana Emília Freire, figurino de Beth Gaudêncio, direção audiovisual e videografia de Max Levoy e Ana Emília Freire, design de luz e operação de Cleison Ramos, design de som e operação de Isabel Brito. Os ingressos no Teatro RioMar e no Teatro Santa Isabel já estão disponíveis para venda, a partir de R$25.

SERVIÇO:

Temporada Junho 2024:

Teatro RioMar

Data: 06/06/2024 – 20h

Teatro de Santa Isabel

13/06/2024 – 19h30

14/06/2024 – 19h30

15/06/2024 – 19h

16/06/2024 – 17h

 

Para comprar ingressos, acesse: https://www.guicheweb.com.br/pesquisa/associacaoariasocial

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