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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal(STF), determinou que a Polícia Federalcumpra oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários acusados de defender, em mensagens encaminhadas em um grupo, um golpe de Estado, em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022.
As ações ocorrem no âmbito do inquérito policial em tramitação na Suprema Corte e os mandados são cumpridos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Além das ações de buscas a determinação também inclui bloqueio das contas bancárias dos empresários, assim como dos perfis nas redes sociais, tomada de depoimentos e quebra de sigilo bancário dos investigados. Entre os empresários alvos está Luciano Hang, dono das lojas Havan e apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, ele afirmou que “foi tratado como um bandido” nesta segunda, durante ação de agentes federais. “Eu nunca falei sobre golpe, minha fala em determinado grupo de Whatsapp foi a seguinte: ‘Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos’”, escreveu no Twitter, reforçando que sempre defendeu a democracia e a liberdade de expressão. “Estou tranquilo porque não tenha nada a temer”, acrescentou.
Além de Hang, outros sete empresários também são alvos da operação da Polícia Federal, sendo eles: Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, da Multiplan; José Koury, do shopping Barra World; Luiz André Tissot, do Sierra; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa; e Afrânio Barreira Filho, do Grupo Coco Bambu.
A defesa de Barreira Filho afirma que a operação policial é “fruto de perseguição política e denúncias falsas”, sem qualquer fundamental. “A operação de hoje é fruto de perseguição política e denúncias falsas, as quais não tem nenhum fundamento. E que seu cliente, Afrânio Barreira, está absolutamente tranquilo e colaborando com a busca da verdade, a qual resultará rapidamente no arquivamento da investigação”, disse Daniel Maia, advogado de Afrânio Barreira, em nota. A assessoria de imprensa da Tecnisa informou que não há manifestação da defesa de Meyer Nigri, até o momento. À Jovem Pan, a defesa de Ivan Wrobel disse que o cenário não mudou. “Ivan tem um histórico de vida completamente ligado à liberdade.
Em 1968 foi convidado a se retirar do IME por ser contrário ao AI5. Nada na vida dele pode fazer crer que o posicionamento daquele momento tenha mudado. Colaboraremos com o que for preciso para demonstrar que as acusações contra ele não condizem com a realidade dos fatos”, disse nesta segunda. A Jovem Pan entrou em contato com a defesa de José Koury, mas não obteve resposta até o momento. A assessoria de José Isaac Peres afirmou estar apurando o caso. Já a do Grupo Sierra, de Luiz André Tissot, disse que “a empresa não irá se manifestar sobre o tema”.