23/08/22
Por William Tavares
blogfolhadoseertao.com.br
Novo treinador cita que não chega com uma ideia formada sobre formação ou modelo de jogo. “Venho com a mente mais aberta, com flexibilidade para me incorporar ao contexto”
O Náutico não terá obrigatoriamente que se adaptar ao “estilo Dado Cavalcanti” de jogar futebol. Apresentado como novo treinador do clube para a reta final da Série B do Campeonato Brasileiro 2022, o treinador destacou que chega com a mente aberta para construir a melhor maneira de o Timbu atuar, levando em consideração o contexto (briga contra o rebaixamento à Série C) e as peças do elenco.
“O Náutico vinha com uma identidade de uma equipe do ano passado, um pouco diferente da equipe deste ano. Tinha um time mais intenso, rápido e agressivo. Neste ano, tem uma equipe mais técnica individualmente, mas sem a mesma velocidade e agressividade. Preciso entender o que foi sucesso no passado, mas saber o que posso fazer com o grupo que temos hoje”, afirmou o técnico. O Timbu está em 19º, com 21 pontos.
Deixando claro que esse será o início de trabalho mais delicado da carreira, Dado reforçou que será mais “flexível” na tomada de decisões. “Precisamos solucionar os problemas que levaram a tantas trocas, oscilações, com baixo rendimento durante os momentos primordiais da Série B. Meu sentimento é atacar as causas, entender o contexto para tomar decisões. Talvez sejam as mais impopulares, mas o momento requer posições firmes. Muitas vezes não mudar a formação, mas mudar a função. Posso mudar de jogador ou manter o mesmo time. Tenho algumas hipóteses que serão confrontadas junto com a comissão técnica e espero ser assertivo”, declarou.
“O histórico dos atletas e característica deles deve ser levada em consideração. Não adianta eu chegar com uma ideia formada, encontrar uma realidade diferente e querer manter essa ideia, sendo autoritário. Isso é fadado ao insucesso. Venho com a mente mais aberta, com flexibilidade para me incorporar ao contexto do clube”, completou.
Fator Aflitos
Nas duas passagens anteriores pelo Náutico, em 2014 e 2017, Dado não comandou o Náutico nos Aflitos – o Timbu mandava seus jogos na Arena de Pernambuco. Agora, espera ter o estádio a seu favor para tirar a equipe da zona de rebaixamento. Os alvirrubros possuem o segundo pior aproveitamento como mandante no torneio. “Enxerguei como a torcida se entregou nos últimos jogos nos Aflitos. Isso foi fundamental para aceitar o convite. Fui treinador do clube por duas oportunidades, mas nunca comandei a equipe lá. Ao ver os jogos com casa cheia, os olhos brilharam”, frisou, destacando que, diferente do antecessor, Elano, seu vínculo vai até o final da Série B.
“Tenho um contrato até o final do ano, mas isso é uma mera formalidade. Esse contrato não existe multa rescisória. Na hora que o Náutico entender que não sirvo mais para a ambição do clube, a minha saída pode acontecer. Isso é uma prova de confiança em relação ao fato de eu ter aceitado o desafio. Eu poderia estar em casa, esperando a finalização do campeonato. Teria a opção de iniciar um projeto apenas no ano que vem ou no final do ano, pensando em 2023. Talvez seria a forma mais prudente, mas entendo que esse é um desafio que podemos reverter o quadro, fazendo algo diferente”, pontuou.
Nei Pandolfo
O novo executivo de futebol do Náutico, Nei Pandolfo, substituto de Ari Barros, também foi apresentado. “O foco principal é dar toda atenção ao elenco, que foi bicampeão pernambucano. Tem qualidade, atletas com experiência e com alguns mais jovens, de potencial. Estaremos atentos para oferecer a melhor condição para o grupo desenvolver um grande futebol. O momento é de proteger e estimular o grupo. Eles têm potencial e, juntos, podemos tirar o melhor”, argumentou.