05/09/21
Por Brasil Econômico
blogfolhadosertao.com.br
Um terço das estatais de comando direto da União possui militares a sua frente no Governo Bolsonaro
Divulgação/Planalto/Alan Santos/PR Jair Bolsonaro (sem partido)
No governo de Jair Bolsonaro (sem partido), um terço das empresas estatais de controle direto da União estão sob o comando de militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Esses oficiais acumulam as remunerações das três Forças e os salários ou benefícios pagos pelas empresas, deixando com salários altos que variam de R$ 43 mil a R$ 260 mil, além de controlarem orçamentos bilionários.
Das 46 estatais com controle direto da União, 16 (34,8%) são presididas por oficiais das Forças Armadas, a grande maioria da reserva e alguns reformados (aposentados). Segundo a Folha de S. Paulo, em 15 dessas 16 estatais há acúmulos de remunerações. Por isso, a remuneração bruta desses oficiais pode chega a ultrapassar o teto do funcionalismo público federal, de R$39,3 mil (equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal).
A única estatal que aplica um abate teto, para limitar os ganhos a R$ 39,3 mil, foi a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), responsável por 40 hospitais universitários federais e vinculada ao Ministério da Educação.
Uma portaria do Ministério da Economia permite o acúmulo de remunerações por militares da reserva que ocupam cargos no governo. Se beneficiam da regra o presidente Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e ministros militares, como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência).
As remunerações mais altas são do presidente da Petrobras, o general de Exército Joaquim Silva e Luna, que chegou a uma média mensal de 228,2 mil, com ganhos variáveis, em 2020. Silva e Luna chegou ao cargo em abril deste ano, após uma intervenção direta de Bolsonaro na estatal. Para 2021, os ganhos variáveis previstos são maiores, e o general ganharia pelo menos R$ 260,4 mil brutos por mês.