Por Machado Freire
De espírito conciliador, que pode até confundir como um discurso dúbio, o vereador Hercílio Alencar Carvalho -que ainda mantém sua filiação partidária ao PSB, foi à tribuna da Câmara Municipal de Salgueiro, ontem, dia 3, dizer que está preparado para assumir o papel de quem sabe fazer política e conhece muito bem o lugar de quem pretende “organizar um time” para “mudar o rumo da prosa”.
Aquele Hercílio que, dias atrás, disse que estava pré-candidato a prefeito e não recebeu a solidariedade dos companheiros de bancada, um telefonema ou uma visita dos “chefes” da sigla no município, se colocou no lugar de quem “conhece o pedaço” e está preparado para desenvolver uma tarefa árdua por uma “causa comum”.
O tom esclarecedor do discurso de Hercílio Carvalho, diferente daquele quando ele disse que era pré-candidato, recebeu de imediato a solidariedade de dois companheiros de bancada que lhe cederam alguns minutos do seu tempo para que o professor pudesse “concluir seu raciocínio”.
Pois bem, em dado momento, o hoje experiente vereador, disse que não adiantava ninguém ficar choromingando, se maldizendo, reclamando e nem responsabilizando A ou B pela situação de “marcha à ré” que o município atravessa. E foi duro com os que só “olham para o seu umbigo” (em outras palavras) e fazem discursos em causa própria, quando a luta deve ser plural.
Diferente de pronunciamentos feitos em outras ocasiões, quando defendia uma tal “união de todos”, o vereador oposicionista deixou bem claro que as famosas “emendas” parlamentares não levam o município muito longe na busca de um desenvolvimento sustentável, tanto que o ano começa em Salgueiro com lojas fechando suas portas- contribuindo cada vez mais com o aumento do desemprego na cidade mais importante do Sertão Central, a querida “Salgueiro Grande de Veremundo Soares”.
Hercílio deixou bem claro que está convencido que é preciso colocar em panos quentes projetos simples, mas arrojados, que contribuam com a construção de um polo da educação, começando pela melhoria das condições da educação básica -que não para de reclamar das terríveis falhas existente, por exemplo, no Transporte Escolar.
Para Hercílio, não adianta prometer a construção de 50 creches quando não se constrói pelo menos uma casa de estudante para proporcionar melhores condições para os alunos dos distritos de Conceição das Crioulas e Umãs, que voltam de madrugada para suas casas, depois de uma maratona pouco construtiva, mas efetivamente cansativa e não muito democrática.
Que as oposições levem o recado de Hercílio para o travesseiro (observem o conteúdo do discurso dele como um todo ) e entendam que um projeto político para desenvolver um município, que perde hoje muito mais do que ganhou no passado, carece fazer um somatório de ideias, planos e programas da cabeça de “pessoas de boa vontade”.
E quem está usufruindo do “conforto do poder”, precisa fazer uma avaliação, assumir a mea culpa e tentar melhorar o ritmo da “administração do calçamento”, inclusive agora, no Carnaval, com a preservação das nossas tradições, considerando que Pernambuco é “FREVO MEU BEM”.
Resta dizer, apenas, que cabe às oposições colocar em prática um exaustivo processo de renovação, sem ficar olhando eternamente no retrovisor. “Renovar é preciso !”