Funcionários da Receita não perdoam Paulo Guedes por classificar servidores como ‘parasitas’

Nota oficial do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (SINDIRECEITA): 

“Assistimos a um lapso de sinceridade do Sr. Ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem foi dado um governo dentro do próprio governo. Não nos causou qualquer surpresa vê-lo se referir aos servidores, inclusive seus subordinados, como “parasitas”. Sabemos que é exatamente assim que ele, e muitos de seus colegas de governo, pensam. Destes, não esperamos qualquer consideração ou respeito, muito menos reconhecimento, sequer diálogo. Estamos na alça de mira, na lista dos proscritos.

Afinal, somos o Estado. Sai governo, entra governo, permanecemos aqui, garantindo a democracia, cuidando da saúde de todos brasileiros que não podem pagar um plano de saúde, levando educação às suas crianças que não encontram oportunidades nas escolas particulares, evitando que epidemias venham a arrebatar milhares de vidas a cada surto, lutando e morrendo a cada dia no confronto direto com o crime organizado, mantendo as garantias judiciais essenciais à cidadania, arrecadando os impostos que financiam as aposentadorias, os programas sociais, tudo aquilo que traz algum alento de equidade a um país miseravelmente desigual.

Os únicos organismos que os servidores públicos “parasitas” atacam são os corpos podres da corrupção, do crime organizado, dos oportunistas que pilham os cofres públicos. Somos o obstáculo aos arroubos ditatoriais, a garantia do Estado Democrático de Direito, o muro que resiste à retirada progressiva de direitos do cidadão comum.

Pena que o bombardeio de mentiras faça àqueles que mais precisam dos serviços públicos acreditar que o Estado e seus agentes devam ser liquidados. Pena que a educação esteja ao alcance de uma minoria insensível e a ignorância planejada mantenha a imensa maioria solidária àqueles que lhe enganam e exploram. Pena que essa nação só venha a sofrer as consequências da obra de Paulo Guedes daqui a 15 ou 20 anos, quando as aposentadorias forem miseráveis, quando não restar mais qualquer direito para o assalariado e o Estado servir apenas aos governantes. Pena que a memória desse país seja tão curta e que acabemos sempre nas mãos dos oportunistas de plantão”.

Nota do SINDSEMPPE

“O Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Pernambuco repudia as declarações do Ministro da Economia do Governo Bolsonaro, Paulo Guedes, que, em ataque descabido, agride todos os servidores e servidoras públicos brasileiros.

Em palestra para agentes do setor financeiro na última sexta-feira, 7 de fevereiro, o referido ministro comparou os mais de 11 milhões de brasileiros e brasileiras que integram o serviço público a “parasitas”. A covardia do ministro em determinar, com todas as letras, quem, de fato, são esses tais “parasitas”, diz muito sobre a forma atabalhoada com que esse governo trata do tema.

Em um país tão desigual como o Brasil, o serviço público em todas as esferas é quem faz o verdadeiro atendimento à população brasileira. Na saúde pública, na assistência social, na educação, no poder judiciário. Todo o trabalho dos servidores do Ministério Público, por exemplo, é para assessorar os procedimentos dos milhares de processos movidos por promotores e procuradores de justiça. É o trabalho dos servidores do MPPE que garante o andamento de processos de interesse coletivo e individuais de milhares de cidadão e cidadã pernambucanos.

O Sindsemppe, assim como muitos sindicatos brasileiros, não teme o debate sobre propostas que modifiquem, para melhor, o serviço público. Tampouco vamos fazer coro a falaciosa comparação, costumeira deste governo, de que as soluções para os males do Brasil é privatizar e reduzir investimentos do setor público. Temos uma dívida social imensa com o povo pobre brasileiro e essa dívida só será paga com a prestação eficiente, responsável e estruturada de bons serviços públicos”.

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